ATÉ A ÚLTIMA PÁGINA

Os livros sempre foram bons companheiros daqueles que descobriram a grata satisfação de ler.

Ler qualquer coisa, de bula de remédio a jornais, de Camões a Jorge Amado, de Patativa do Assaré a Dostoievski, de Luiz Fernando Veríssimo a Paulo Coelho, de Simone de Beauvoir a Bento XVI.

Um livro é semelhante às fotografias 3x4 nos documentos que geralmente mostram as faces bem mais feia do que são na realidade, mas que sem os retoques das fotos artísticas, revelam o que há de verdadeiro nos pensamentos dos autores.

Há livros emocionantes, bem escritos, daqueles que sentimos sua falta mesmo antes de chegarmos à última página, mas na maioria deles, o desencanto por, as vezes tão badalada obra, se esvai mesmo antes do final do primeiro capítulo, mas insistimos na leitura para ver até onde vai dar aquele monte de palavras, muitas vezes sem nexo e carentes de revisão.

Não somos obrigados a ler aquilo que nos desagrada, mas há certos posicionamentos que, mesmo contra tudo aquilo que imaginamos como certo, devem ser lidos para termos uma visão do que pensa o nosso adversário.

Adversário não é necessariamente inimigo, mas se for, é mais um motivo para sabermos o que ele pensa para criarmos as alternativas contra a implantação daquilo que abominamos, principalmente se for na política que afeta a todos, independentemente da participação ativa.

Grande parte da evolução do pensamento se perdeu na transmissão oral bem antes dos primeiros registros nas tábuas de argila com escrita cuneiforme dos sumérios, talvez 3.200 anos a C., até os bytes (conjunto de 8 bit) usados nos registros da comunicação por computação na atualidade.

O livro físico, aquele que tem forma e cheiro, jamais deixará de existir mesmo com o surgimento dos equipamentos eletrônicos que facilitam o transporte e proporcionam economia de espaços necessários para armazenamento em bibliotecas.

As enciclopédias, repositórios do conhecimento humano, continuarão sendo editadas e aditadas quando for necessário, mas as pesquisas estão amplamente facilitadas pelos portais eletrônicos que fornecem com a velocidade da luz, as respostas, nem sempre verdadeiras, para a maioria das nossas dúvidas.

Ler sempre por prazer; para distração ou instrução; para aumentar o vocabulário e aprender a grafia correta das palavras; para conhecer e interpretar o pensamento do autor, mas preserve o teu direito de decidir se irás ou não até a última página.