DECISÃO DIFÍCIL

Você acende um fósforo próximo a um barril de pólvora sabendo o que faz, e aguarda. Talvez em seus devaneios, inconsciente, acredite que não há nem poderá haver perigo nenhum no ato, tão dominado pela emoção do êxtase se encontra. Porque o ato de riscar um fósforo simplesmente o maravilhou, exibiu uma réstia de luz na escuridão de sua dúvidas, indiferente à certeza de que em pouco tempo ele se apagará. Ou o que é pior acenderá o pavio, causando uma explosão poderosa. Que decerto o matará ou a muitos dos silenciosos ao seu lado.

O gesto se mostra simbólico por denotar o quanto todos nós diariamente deparamos com a imensa a carga de escolhas à nossa disposição e feitas ao longo da jornada da vida. De verdade, tirar o fósforo da caixinha e provocar a pequenina chama assassina, às vezes, é atitude tomada de maneira impensada de todo ser humano, uns mais outros menos , e vem de inopino, acontece sem nem ao menos um minuto de reflexão. Então o desastre se torna quase inevitável.

É possível fugir de momentos assim? Fácil realmente não é, reconheçamos, viver exige muito de cada um e a oportunidade do instante passa sem esperar. De modo que o arrependimento tanto pode vir por fazer a escolha repentinamente quanto de fechar o coração e os olhos para ela. É chorar ou chorar, possivelmente antes ou depois. Verdadeiro dilema diante do qual certamente nos vemos todos os dias, quando nossa alma indecisa por instantes se pergunta: riscar ou não o fósforo?

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 03/10/2024
Reeditado em 04/10/2024
Código do texto: T8165676
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