E.T.
Flutuava, amorfo
Além das galáxias
Onde o breu era tácito
Onde o frio era áspero
Sem questionar
Ou contestar
Sua existência
Seu levitar
Até o silêncio amado
Pela rachadura
Pelo ruído e pelo feiche
Ser quebrado
A luz ressoava nos corpos celetes
Outrora envoltos pelo breu
Foram revelados por milhares de cores
Da nova forma do ser que era amorfo
Morria uma forma
Nascia uma nova
Do obscuro, ao brilho
Da inércia, ao movimento
No simples pensar
Viajou anos-luz dali
Ascendendo caminhos
Resgatando a vida
Até esvair o fulgor
Através dos tempos
E volver ao berço
Ao começo
Acalentado pelo torpor
O ser amorfo
Que se iluminou
Encolheu, repousou
Flutua em seu longíquo sono
Na mesma fria
E confortável escuridão
Até o novo despertar.