Desnudar-se

 

 

     Após os procedimentos legais e obrigatórios e gastar alguns sorrisos, não digo forçados, mas, convenientes pela vontade e necessidade que impulsionava estar ali, bem a frente àquela senhorita, tão linda que mais parecia um anjo, branca de pele aveludada e macia, cabelos loiros e longos, parecia recém saída de uma revista de modelos. A Doutorazinha linda se compenetrava em ler os meus exames (que eu sabia, tinha algo de errado bem antes de chegar ali, pois quando recebo-os, imediatamente leio os todos e me coloco a fazer as devidas comparações dos números que se apresentam, daí sei das exigências de atenção.) Vez ou outra ela mostrava-me algo e dizia como faríamos para consertar isto ou aquilo. Até que franziu a testa, olhou-me e disse: ‘’Não tenho uma boa notícia pra Senhora.’’ Vi a Anjinha, séria e triste, o que respondi, prontamente: Está tudo bem, Doutora, pode falar.’’

     Ela olhou-me, relatando os dissabores que aquele exame, em especial, lhe mostrava, a taxa de glicemia Glicada estava além do que a gente supunha. Claro que eu sentia que algo não andava bem, a gente sente, a gente sabe. Não é à toa que chegamos aos 60.

Sorri com firmeza e relatei alguns fatos e superações, como a dizer-lhe, ‘’não se preocupe, venceremos esta, e conto com você.’’

     Ela convidou-me a subir na balança e passou a monitorar aquele recurso maravilhoso da modernidade, pois a balança faz tanta coisa que nem sei como se chama, mas vou perguntar. Relatou os meus avanços, parabenizou o meu desempenho e intimou-me a continuar, pois estava indo muito bem. Eu mostrava resultados a olhos vistos. Elogiou minha postura, os meus cabelos, disse que eu estava mais bonita, que o tratamento estava dando certo. (Só eu sabia o quanto doíam, meus pés e todas as articulações, em função da temida gôta e todo desconforto que causa essa bendita Diabetes.)

     Prescreveu o necessário e não parava de dar recomendações, como uma mãe faz com um filho que carece de auxílio. Eu a observava com carinho aquela beleza toda passeando naqueles olhos como se fosse minha filha, mas não era, ( minhas 3 filhas, também doutoras, vivem muito longe e se ocupam muito com outras pessoas, com outras coisas). Agradeci e, neste momento chorei, ela mais do que nunca me consolou e demonstrei minha gratidão por Deus sempre enviar um Anjo para, com cuidado e competência, cuidar de mim.

EnyM.M.-S.Fco,30/09/2024

 

 

 

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Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 02/10/2024
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