O canto do sabiá-laranjeira
Em uma bela árvore de bela flor, o canto dos pássaros podíamos ouvir, são vários misturados de tipos e cor, todos felizes voando por ali, de noite ou de dia as asas se ouvia.
Mas bem ali, onde ninguém notou, no canto do galho um ninho sozinho com um ninhego ficou.
Todos os pássaros voavam e pousavam, voavam e pousavam, mas nenhum dali se aproximou, sozinho estava, sozinho ficou. Na noite e no dia, no frio e no calor, o filhote esperava ansioso por um aconchego, por um cobertor, com fome estava, com fome ficou. Com olhos arregalados observava os outros ninhos, e desejava para si o que todos merecem, o cuidado que poucos tem.
Então juntando o pouco da força que ainda tinha, se levantou no seu ninho e para o papagaio falou:
- Senhor papagaio, você cuida de mim? Ainda sou pequeno, não sei voar.
O papagaio ocupado com os seus, pronto respondeu:
- Não posso cuidar de quem eu não conheço, já tenho os meus que é por quem tenho maior apreço.
O filhote ouvindo aquilo, se entristeceu, pois sozinho estava e não conhecia os seus. Vendo então passando um canarinho, mais uma vez tentou, virou para ela e falou:
- Senhora canarinho, você cuida de mim? Ainda sou pequeno, não sei voar.
A senhora canarinho ouvindo o pedido, apenas ignorou, voou para longe e se distanciou. Agora o que irei fazer? O filhote pensou. De longe então ele avistou, uma andorinha que simpática parecia, então ele mais uma vez se levantou e falou:
- Senhora andorinha, você cuida de mim? Ainda sou pequeno, não sei voar.
A andorinha virando para ele perguntou:
- Onde estão os seus caro filhote?
Ele sem saber o que dizer, falou:
- Não sei senhora andorinha, apenas aqui estou.
A andorinha então pegou o alimento que acabara de trazer, deu para filhote que satisfeito comeu, dormiu bem aquela noite mas logo o dia amanheceu, e pensando que a andorinha dele se lembraria, olhou esperançoso para o galho que ela ficava, mas lá ela não estava, a andorinha seguiu seu rumo, partiu sem para trás olhar, o filhote ficou abatido e foi-se para o canto e começou a chorar.
Para onde ele olhava, ninguém o via, pássaros voavam, ele sabia, pois suas asas se ouvia, adormeceu mais uma vez no canto do ninho o único lugar que até então não lhe rejeitava, pensou consigo, mas logo passou: quando poderei alçar vôo e viver sem sentir essa dor?.
A liberdade está contida em quem recebe passe livre para aproveitar a vida, não que tudo possa fazer, mas que tudo que faz traz alegria.
Os dias vão, as noites vem, o tempo passa como um trem, onde hoje para baixo olho, para cima olharei, passos lentos darei, até que eu não consiga chegar mais aonde eu quero.
O filhote continuou debruçado no seu canto, até que enfim ouviu de perto um pouso leve, olhou para trás mas nenhum pássaro viu, apenas alimento que um há um bom tempo não consumiu. O inesperado se repetiu, dias após dias o mesmo aconteceu, quem será o misterioso que minha súplica acolheu?
O tempo passou, o filhote cresceu, sem nunca saber quem todos os dias o abasteceu, até que enfim, sem nem esperar, uma grande pancada no ninho foi abalar, toda a estrutura de ambos que num instante estavam a despencar, mas apenas um sabia voar.
Num ato de coragem suas asas se abriram, os ventos bateram e ele logo se ergueu, todos ao redor admirados olharam, mas ninguém sabia o que aconteceu.
Até que um dia todos ouviram, o mais lindo canto das suas vidas, o pássaro que viram caindo, voava e cantava com alegria, todos pararam para admirar, pois não era aquele mesmo pássaro que antes ninguém quis ajudar? A partir daquele dia, sempre no mesmo horário e no mesmo lugar, todos paravam para ouvir e admirar o lindo canto do sabiá-laranjeira.