"BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSQUITO" Crônica de: Flávio Cavalcante
BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSQUITO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Há um ditado antigo que espalhado em cada canto do nosso cotidiano: "Boca fechada não entra mosquito". Apesar da simplicidade, ele carrega uma sabedoria homérica, uma lição valiosa sobre a importância do silêncio. Vivemos em uma era em que a exposição tornou-se regra, onde compartilhamos cada pequena vitória, cada plano e cada sonho. Mas será que todo mundo torce pelo nosso sucesso?
O segredo do sucesso, muitas vezes, está em calar. Não porque nossos objetivos sejam frágeis, mas porque os olhos dos outros, principalmente os invejosos, são afiados como lâminas. Ao espalharmos nossos planos aos quatro ventos, atraímos olhares que não desejam nosso bem. Inveja, desdém, competições silenciosas – tudo isso pode nos cercar quando damos mais espaço ao falar do que ao agir. É como se, ao revelar nossos passos, abríssemos a porta para que os mosquitos da maldade, da dúvida e da sabotagem invadissem.
O silêncio, por outro lado, é uma fortaleza. É nele que cultivamos nossos sonhos, regamos nossas ideias e solidificamos nossas conquistas. Não se trata de esconder quem somos ou o que desejamos, mas de aprender a trabalhar em silêncio até que o barulho do sucesso fale por nós. Quem sabe o valor do silêncio entende que as maiores vitórias não precisam ser anunciadas antes da hora. O esforço e a dedicação são como sementes plantadas na terra. Elas precisam do tempo certo para germinar, crescer e florescer, longe dos olhares críticos e da curiosidade alheia.
E quando finalmente o sucesso chega, ele tem uma força que palavras jamais poderiam prever. Porque o que é construído no silêncio tem raízes mais profundas, firmes o bastante para suportar qualquer tempestade de inveja que venha.
Então, antes de compartilhar seus planos, lembre-se: o segredo está no silêncio. Boca fechada não entra mosquito, mas também não dá espaço para os olhos invejosos sugarem a sua energia. O sucesso silencioso, esse sim, é duradouro, porque foi forjado longe do ruído.
Flávio Cavalcante