A FÁBULA DO CARINHO
Não é simplesmente o carinho em si, que já se mostra o máximo, mas principalmente as mãos de quem o oferece, o fato de ser algo muito desejado por todos nós. Porque se fosse apenas o próprio afago, bastaria fazermos em nós mesmos e ficaríamos satisfeitos, pronto, seríamos auto suficientes e felizes. Só que não.
Quando alguém que o nosso coração considera importante nos acaricia, acontece uma surpreendente transferência de amor, energia positiva, deslumbre, encanto, volúpia, prazer e êxtase. O toque dela, a ternura, o afeto, o amor que excede todo e qualquer outro sentimento que tenhamos no coração.
Demonstração cabal, portanto, de que nunca é somente o carinho em si mesmo a descortinar um universo de gozo para o receptor, é muito mais em virtude da pessoa que o faz. Talvez por isso desde o nascimento até a morte sejamos tão carentes desse gesto de ardência transcendental.