ELEIÇÕES 2024

Meu domicílio eleitoral está registrado no município de Santo André/SP, que junto com os municípios São Bernardo e São Caetano, formam a chamada região do ABC da área metropolitana da capital.

Com o passar do tempo, os municípios de Diadema, Mauá e Ribeirão Pires foram anexados ao conceito de grande ABC, mas isso não altera em nada a vida dos seus moradores.

Santo André tem população em torno dos 760.000 habitantes e, por motivos sem justificativa plausível, a câmara deve ter 21 vereadores, onde cada um deles será o porta-voz de mais ou menos 36 mil habitantes, mas o que chama a atenção é o exagerado número de candidatos.

Estão registrados para o pleito, filiados aos diversos partidos sem expressão ou utilidade, 464 candidatos a vereador e 6 ao cargo de prefeito.

Não posso garantir, mas desconfio que esse mega interesse de “servir à comunidade” tem algo a ver com o fundão eleitoral, porque candidatar-se é receber parte da fatia do bolo de dinheiro, cinco bilhões, destinado às campanhas deste ano.

Agora imagine esse dinheiro sendo convenientemente aplicado em hospitais, escolas, na segurança pública e otimização de vias.

Com o valor da Unidade Básica da Construção Civil (CUB) em torno dos R$ 2.200,00 por m², é fácil fazer a conta de quantas unidades seriam produzidas, não para serem distribuídas gratuitamente entre apaniguados, mas vendidas pelo preço de custo a todos aqueles que precisam de um lar.

Mas essa dinheirama que, além dos desvios para os bolsos dos corruptos, serve para emporcalhar as ruas com os santinhos, bandeiras e produzir os jingles dos candidatos cuja maioria não tem a mínima noção do que é ser vereador ou prefeito, porque via de regra, são fornecedores de gás, lava-jato, água mineral, enfermeiros, feirantes, professores, médicos, operadores de telemarketing, donos de armazéns de construção c demais profissões que, apesar de sua importância e essencialidade, não exige conhecimento nem a familiaridade com as leis que se exige de quem exerce função administrativa ou fiscalizatória no poder público.

Na iniciativa privada a pessoa pode fazer tudo o que a lei não proíbe, mas no funcionalismo público, principalmente os mandatários, só podem fazer o que a lei permite.

E é a desobediência a essa norma a grande causa de estarmos no atual caos administrativo.

Que tal não votarmos em quem recebeu fundo eleitoral?