ONDE CHEGAMOS?

Francisco de Paula Melo Aguiar

Onde chegamos?

Chegamos na terra que cheira mel queimado, diante do azedume no ar do vinhoto ou lama que aduba a cepa para renascer a nova folhagem de cana de açúcar que garantirá a nova safra anualmente, gerando empregos e rendas.

Assim sendo, para uns da massa, isto representa por analogia o cheiro da flor de jasmim que contempla todas as cores e ideologias.

Sim! Tem jasmim: branco, vermelho, roxo, amarelo, verde, azul, etc.

E o cheiro de palha de cana de açúcar queimada é o perfume que exala todas as ideologias concorrentes e não concorrentes a tudo e a nada na terra que nos é comum.

E os concorrentes são análogos aos zangões, machos tolos ou idiotas, querendo administrar ou sugar o mel coletivo do orçamento da terceira maior cidade paraibana.

É aqui onde habitamos desde que o mundo nos encheu os pulmões de ar.

É isto para uns e faz tempo, que os dedos das mãos e dos pés não dão para contar.

Aqui já vimos de tudo.

Até nossa Isabel Bandeira Brasileira, montada em seu cavalo, dizendo seus impropérios.

E até muito mais além da conta.

É possível que seja a ganância pelo poder público, para uns querendo fazer o bem comum, enquanto para outros não, querem apenas um emprego, presune-se, porque os salários gordos dos políticos e seus apaniguados, são pagos por toda população aqui residente ao longo da vida.

Aqui sempre foi e continua sendo uma cidade dormitório de operários cansados de trabalhar para manter a si e sua prole, porém, sempre insatisfeitos com os serviços públicos oferecidos (saúde, casas populares, educação, segurança, cultura, lazer, esportes, amparo a criança, adolescente,a velhice e aos desamparados moradores de ruas, abrigos e restaurantes comunitários, etc,) pelo Poder Público: Municipal, Estadual e Federal, de terceira categoria.

Isto mesmo, "a raiva é um veneno que bebemos, esperando que os outros morram", segundo William Shakespeare, porém, isto passa, ex-vi o estado de mal conservação do calçamento do trecho da Rua Eurico Dutra, entre a Rua Prof. Severo Rodrigues e a Rua São José, no Bairro Popular, quando o resto da citada rua foi totalmente asfaltado, algo "sui generis", que só a politicagem pode explicar, porque nenhuma rua tem dono para ser perseguido, todos pagam impostos diretos e indiretos.

Ressaltamos de que ainda faltam sete dias para a celebração maior de todos os desejos democráticos para se saber quem serão os escolhidos entre tapas e beijos, café com pão e bolacha não da Maria Fumaça aposentada dos trilhos da Rede Ferroviária e dos trilhos e máquinas ferroviárias das usinas de fabricação de açúcar que o tempo levou.

O tempo é proletário também, ele fecunda, nasce, vive e morre, assim como a cera da vela com pavio que queima aos poucos antes de se incorporar ao ar que respiramos da cana de açúcar queimada, que uma vez moida, dela se aproveira tudo, inclusive o estrume para adubar o "partido" futuro, enquanto exala o "perfume" do vinhoto, essência única que distingue a situação e a oposição, ambas concorrentes a procura de oportunidades jogando lama no ventilador democrático para o povo eleitor comprar suas brigas, assim como a abelha beija a flor sugando o néctar.

E até porque, isto não leva a nada, uma vez que "todas as viagens são lindas, mesmo as que fizeres nas ruas do teu bairro. O encanto dependerá do estado da tua alma", segundo nos ensina o jornalista, magistrado, diplomata, poeta, contista e romancista Rui Ribeiro Couto (1898-1963), autor do romance "Cabocla" (1931), que serviu de base, portanto. foi adaptado por Benedito Ruy Barbosa para novela de igual nome na TV Globo.

Então, correr ou não correr de debate, nem todo cão late, exceto o vira-latas.

A legislação eleitoral não obriga nenhum candidato a participar ou não de debates, salvo melhor juízo.

E tal qual o vestido de núpcias, às ruas da cidade assistem de camarote os últimos suspiros democráticos de quem tem e de quem não tem nada a dizer ou a ser lembrado.

Dizem quem não está presente não é lembrado.

O resultado que virá das urnas, está dentro da mente do eleitorado, tal qual um quarto escuro ou das ruas e praças sem lâmpadas, dos mercados públicos abandonados, das ruas abandonadas e cheias de crateras, da insegurança pública, do aumento desordenado das taxas de água, esgoto,

iluminação pública, da taxa de lixo pelas nuvens, das escolas e creches abandonadas e mal avaliadas com crianças sem merenda digna para matar quem lhe mata, porque quem tem fome não pode esperar e até porque creche não é depósito de criança, assim como a doença que mata por falta de postos de saúde, hospitais e Upas, apesar de portas abertas, porém, fechadas por falta de atendimento, de profissionais e de medicamentos, a que por infelicidade da vida a doença não tem ideologia, cor partidária e ou religiosidades, uma vez que ela obriga o doente naquele momento precisar de tal acolhimento , e se inexistente em nossa visão de mundo, porque "se viver não é fácil, conviver é um desafio permanente",conforme o pensamento do escritor brasileiro Jorge Amado (1912-2001), com o qual comungamos sem restrições.

A cidade de Santa Rita, para nós é a própria memória do Sol de nossos dias.

Onde chegamos?

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 29/09/2024
Reeditado em 29/09/2024
Código do texto: T8162433
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