FAÇAM SEU JOGO, SENHORES
FAÇAM SEU JOGO, SENHORES
Pois é, as bolas da vez (antes que proíbam o bilhar) são agora as famigeradas Bets. Já o foram, o jogo do bicho, os cassinos, os bingos, e mais uma série de atividades tidas criminosas, pelos hipócritas que se julgam os donos das vidas, vontades e escolhas de outros. Hipócritas ainda, porque não condenam os jogos que exploram, loteria federal, mega-sena, raspadinhas e mais uma série de loterias municipais, estaduais e federais que inundam o país de norte a sul. Levantam-se indignados os defensores da moralidade e do bem maior, principalmente em defesa dos mais pobres. Mais uma vez, hipócritas, porque nada fazem para aprimorar o ensino, principalmente o fundamental e técnico, que possam dar alguma luz de esperança de uma vida mais digna aos apostadores. Se não isso, a capacidade de ter melhores recursos para que façam suas escolhas, sabendo ler e interpretar um texto e fazer contas, pelo menos as quatro operações. Engana-se, descaradamente, os que já nascem desenganados, que buscam nos jogos um acesso à dignidade. Bola da vez deveriam aqueles que exploram e vivem nos maiores cassinos (os três poderes e o quarto poder), cuja maior aposta é como ter sucesso e ganhar na loteria da vida, explorando o jogo da pobreza e da falta de educação. Chega de paladinos que escondem ases e trunfos em suas mangas compridas, bancando o jogo de horrores, não são tigrinhos, são crupiês que recolhem impostos e distribuem migalhas. Façam seu jogo, senhores.