Bocejos Insuportáveis
Olha, trabalho ao lado de uma moça que, como um eco sem fim, boceja o dia todo. É um fenômeno que já não consigo suportar. Ela não se importa em esconder a boca; em vez disso, a abre de tal maneira que parece que vai rasgar a própria carne, acompanhada por um som que reverbera no ar.
Esses bocejos, quase como um canto melancólico, cortam o silêncio e me atormentam. Sempre fui sensível aos ruídos sutis, aqueles que, como pequenos grãos de areia, se infiltram na paz do meu ser. Se uma bomba explodisse ao meu redor, talvez não me irritasse tanto quanto esse incessante ruído que a rodeia. A batalha entre o silêncio e o barulho parece nunca ter fim.