Os pardais da EMEF Nossa Senhora de Fátima
Nas brechinhas em meio ao teto da escola eles fazem seus abrigos. Mesmo com barreiras, com bloqueios fechados com cimentos, os pardais insistem em fazer seus ninhos e a tarde é aquela algazarra de passarinhos, fazendo jus ao ambiente escolar, cheio de barulhos de adolescentes.
Os pardais aninhando na escola, nos provocam a pensar. Assim como o ninho é cantinho de aconchego, de segurança, não seria também a escola esse tipo de lugar?
Assim como o ninho não é lugar de morada, mas de passagem, lugar de encorajamento para o vôo, não seria também a escola um lugar assim?
Nos seus instintos de sobrevivência vemos os pardais zelosos com seus ninhos, dando pequenos vôos, mas logo voltando para cuidar dos seus filhotes, para alimentá-los, observá-los, aquecê-los, ensinando-nos que o processo do vôo se faz com participação, com sustento, com acompanhamento e com ninho seguro de predadores.
Os pardais até nos ensinam que o sucesso da ninhada só acontece pois não há transferência de responsabilidade, na lógica da natureza eles mesmos participam de todo o processo até o momento em que seus filhotes estarão aptos a alçarem os voos da vida.
E é nesse espaço escolar, por trás das paredes frias que a vida acontece. Por traz dessas paredes há vivacidade, há sonhos, medos, incertezas, histórias de vidas, e por cima nos cantinhos do teto também há vida, há ciclos se iniciando e outros findando, é a dinâmica da vida acontecendo.
Os pardais encorajando seus filhotes para o céu e os professores nas salas encorajando os jovens para a vida.
Às 18:58 em casa
Homenagem a EMEF Patrimônio Nossa Senhora de Fátima em Jaguaré - ES