DESESTAÇÕES
DESESTAÇÕES
E o inverno se foi sem nunca ter sido. A primavera surge como prima verão, será que flores serão temporão ou temporais cobrirão o chão. Mudanças são inexoráveis, jogam por terra outros tempos em que havia a previsibilidade natural, hoje as previsões são técnico-científicas, mas não impedem as reações de uma natureza indomável com aqueles que a habitam e maltratam. Procuram-se saídas onde não as há, os humanos procriam-se e vão ocupando e degradando espaços. Eu agora, sem dúvida, ocupo o lugar que há muito tempo era ocupado por densa mata, neste espaço de chão convivo com outros 250 mil que também o fazem. Surgem os ambientalistas e os profetas do caos vociferando aos quatro cantos a inviabilidade dos combustíveis fósseis, da mineração desenfreada, da mobilidade sem fim, do agro ou ogro negócio, mas , porém, contudo, todavia, usam e desfrutam de todos os meios obtidos através dessas práticas e ninguém, absolutamente ninguém, quer controlar o crescimento populacional, causa raiz do problema (nós). Quanto mais gente, mais recursos são necessários à sobrevivência e consequentemente mais espaços vão sendo ocupados e mais buracos vão sendo abertos, covas à espera do fim da chamada “civilização sapiens”.