O lindo céu da esperança
Saudades daquela criança que conseguia olhar o céu o dia todo sem parar. Via as nuvens formando animais, plantas, frutas e até letras no céu. Mas também via mais que isso. Ela via a vastidão do azul sem fim. Naquela imensidão via esperança e alegria além de refletir muito sobre a vida e o tempo que passava a cada dia. Aquele olhar infantil mas sempre apontado para o alto na companhia das montanhas de Minas. Muitos diziam que ela era sábia e a procuravam para receber conselhos. Talvez todos aqueles conselhos vinha do olhar expandido da alma que ela tinha ao sempre olhar para o alto. Via o valor que a amizade e o amor tinha. Possuía a noção de que a pressa não leva a nada, que o mundo era muito mais do que poderia ver, que as dores poderiam ser profundas mas superadas. Via também que desculpas precisam vir do coração e nunca da boca pra fora como muitos fazem. Ela era feliz e sorridente mesmo com os problemas do dia a dia e as dores que roubava de outros. Enfrentava tudo e era positiva pois aquela beleza lhe trazia paz.
Agora ela olha sempre pra frente, o concreto e o santo asfalto de cada dia. Não consegue descansar a mente e mal lembra que o céu existe, há muito tempo não vê as cores de quando o sol se põe. Não vê mais beleza no nascer do Sol e nem no som dos ventos nas folhas das árvores. Aquela brisa fresca de verão não traz paz e no coraçsentiaita apenas o peso da vida com poucas esperanças. Quando percebeu isso se assustou e foi com razão, nesse dia olhou para o céu e viu como estava lindo mas logo teve que ir para correria do dia-a-dia.
Será que isso é a vida adulta? Ou só a famosa "Modernidade líquida" de Bauman?
A vida perdeu o sentido, se tornou vazia e sem razão, aconteceu tudo tão rapido que perdi o caminho de volta. Como pode eu voltar ao passado? O que me resta é sentir saudades do tempo que já se foi, usá-lo de combustível para um futuro melhor, lembrar de sorrir para que o dia não apodreça. Lembrar de olhar o céu para ter esperança. E buscar para o futuro a paz que aquele coração de criança sentia todos os dias quando olhava a imensidão azul.