É hoje que eu vou lá ontem!
Era uma vez um sujeito chamado João, que sempre tinha ideias mirabolantes. Um dia, ao acordar, ele se lembrou de uma coisa que precisava fazer: visitar seu amigo Ricardo, que tinha lhe prometido um delicioso bolo de chocolate na sexta-feira passada. Como ele não podia ir na época, decidiu que iria hoje, afinal, “é hoje que eu vou lá ontem!”
Com essa lógica totalmente conturbada, João se arrumou rapidamente. Vestiu a camisa que a mãe disse que o fazia parecer mais maduro, calçou o sapato que “não apertava tanto”, e partiu para a aventura. No caminho, ele foi repassando a lista de coisas que deveria ter feito na sexta: comer o bolo, assistir ao jogo de futebol, e, claro, discutir sobre o que os políticos estavam aprontando (um assunto que Ricardo sempre tinha algo engraçado a dizer).
Ao chegar na casa de Ricardo, bateu na porta com entusiasmo. “É hoje que eu vou lá ontem!” gritou, quase que se explicando para si mesmo. Ricardo abriu a porta, com um olhar de quem estava um pouco confuso, mas logo começou a rir. “João, meu amigo, você perdeu o bolo! Ele já foi devorado por todos nós na sexta!”
João ficou pasmo. “Como assim? Eu vim aqui no passado para comer o bolo do futuro!” Ele estava tão convencido de que era um viajante temporal que nem percebeu que estava se metendo em uma confusão danada.
Ricardo, aproveitando a deixa, decidiu brincar com a situação. “Então, se você está no presente para ir ao passado, o que você vai me trazer do futuro? Um smartphone que serve café?”
“Excelente ideia!” respondeu João, já começando a elaborar um plano mirabolante. “E se a gente fizer um negócio? Vamos fazer uma viagem no tempo juntos e buscar esse smartphone-cafeteira no futuro!”
Os dois caíram na risada, enquanto Ricardo sugeriu que talvez a única viagem no tempo que precisavam fazer era a de se inscrever em um curso de lógica. Mas, mesmo assim, decidiram que aquela tarde merecia um bom bolo de chocolate, mesmo que fosse de supermercado, e uma maratona de futebol para compensar a “perda” da sexta-feira.
E assim, entre risadas e absurdos, João percebeu que, mesmo sem o bolo do passado, aquele encontro trouxe algo melhor: a certeza de que o melhor da vida não é o que se perdeu, mas sim o que se cria no presente.
Assim, eles brindaram com refrigerantes e se divertiram até o pôr do sol, porque, afinal, como disse João, “é hoje que vamos fazer o amanhã ser ainda mais engraçado!