Procura-se marido em bom estado de conservação
A primeira impressão que todos tiveram ao ler é que se tratava de brincadeira. Um anúncio em jornal impresso daquele bairro, por sinal riquíssimo, fez com que alguém alertasse que poderia ser verdadeiro em razão da liberdade e modernidade atual.
Esse que vos escreve tem um ex-cunhado com pouco mais de 50 anos e fala muito (mas não diz palavrão), compra via net diversos tipos de medicamentos para não envelhecer ou, evitar envelhecimento. Entendeu, né? Ao tomar conhecimento do anúncio declarou-se apto e que, enfim, a felicidade bateu em sua porta. A família aplaudiu.
As exigências no anúncio eram, a princípio, dentro das normas morais e ... racionais, por assim dizer.
Queria saber se o interessado gosta de leituras, se tinha barriga proeminente, Idade (menos de 55 anos), altura, peso, cor dos olhos, sobrancelhas carregadas ou finas, cabeludo ou ‘meia vida’, dentição natural (ou não), tamanho do nariz, problemas relacionados à saúde - inclusive álcool; CNH e, por fim, qual habilidade braçal: eletricidade, encanamento, pedreiro, carpinteiro, pintor...(?).
Meu-ex-cunhado trabalhou de segurança em uma prefeitura por anos. A única habilidade manual que ele conhece é segurar o cassetete. Gosta de leitura, principalmente a que se refere as fases da lua. Não sai à noite na lua cheia. E quando se alcooliza, fala muito e alto. E, infelizmente, é careca.
Meu último contato com a família foi a mais de seis meses. Não tenho notícias se o ‘romance’ prosperou.
Nem sempre a felicidade vem sozinha. Minha impressão continua a mesma: esse anúncio só pode ser de uma ‘dama’ querendo um escravo. Bom de leitura? No mínimo para ler manuais de como usar e (ou) consertar ferramentas.
Impressão n° 2: isso tem tudo para não dar certo.