PEGA QUE O FILHO É TEU

Aquela que prometia ser uma segunda feira tranquila na vida do sargento Sérgio Luiz, tornou se movimentada em face do acontecimento no qual foi palco a calçada onde o policial iniciava mais um turno de trabalho. Sérgio Luiz já havia notado há alguns dias a presença de dois homens na calçada próxima á entrada das crianças, alunos da escola São Pedro.

Porém, naquele dia, um dos homens que encontravam-se na calçada, identificando-se como Aparício, dirigiu-se ao policial justificando ser necessária a permanência deles nas proximidades, pois o jovem que o acompanhava, chamava-se Augusto e viajara do interior do Ceará ao tomar conhecimento que sua mãe, pela qual foi abandonado na infância, morava no sul e trazia todos os dias um menino para estudar naquela escola.

Face a essa situação, o policial sentindo a seriedade do assunto, dirigiu-se a diretora da escola, para juntos poderem ajudar os interessados.

Resolveram, então, que quando dona Benedita, a possível mãe de Augusto, viesse buscar o aluno, seria feito o encontro dela com o suposto filho, na secretaria da escola.

No dia seguinte, estavam os alunos perfilados para serem entregues aos seus responsáveis, quando dona Benedita chegou e foi inquirida pelo policial para comparecer a secretaria . Assustada e nervosa, desconhecendo o motivo de tal abordagem a referida senhora começou a gritar: Não fiz nada ! Não me prendam.

Uma vez na secretaria e após tomar conhecimento da existência do filho, dona Benedita não demonstra nenhuma forma de afeto por Augusto, pelo contrário, lástima a vida pobre e fracassada que ela sempre levou.

Lágrimas correm dos olhos do jovem bonito e bem trajado. Augusto lástima pois veio de longe e não encontrou um coração amoroso, como são os corações das mães.

Passado algum tempo, o policial Sérgio Luiz, em conversa com a diretora, toma conhecimento que dona Benedita não é mais a cuidadora do menino. Ela não está mais trabalhando pois foi buscar, judicialmente, pensão a ser paga pelo filho Augusto.