ENCONTRO COMEMORATIVO À BAIXA DA CLASSE DE 50 DA 2ª CIA. COMUNICAÇÕES E QUARTEL GENERAL DA AD/2 EM 2021
Andrade Jorge
Incorporei ao serviço militar em janeiro de 1969, no Quartel da 2ª Companhia de Comunicações, onde também estava instalado o Quartel General da Artilharia Divisionária/2, na cidade de Jundiaí/SP. A baixa da maioria dos soldados dessa classe, foi no final do mesmo ano, porém tem um contingente cuja baixa ocorreu em janeiro do ano seguinte, neste caso em 1970, são os chamados de NB - Núcleo Base, normalmente ficam para esta baixa os soldados que cometeram alguma infração ao regulamento militar, consequentemente recebendo penas disciplinares como: advertência; impedimento disciplinar; repreensão; detenção disciplinar; prisão disciplinar. Infelizmente fui um NB, por ter recebido uma detenção de 8 dias. Neste tipo de penalidade o soldado só não pode sair do Quartel, internamente pode circular em qualquer área permitida.
Cinquenta anos depois da baixa, colegas da 2ª Cia Com. resolveram entrar em contato com os demais, para marcar uma confraternização, e a partir daí todos os anos temos um Encontro, para matar a saudades, e colocar os assuntos em dia. O Encontro de 2021 foi marcado, com bastante antecedência, para o mês de novembro, confirmei minha participação, e anotei a data no calendário, que fica na mesa do meu computador, para não esquecer. Os meses foram passando, e finalmente chegou novembro, mês do nosso encontro, consegui até uma carona.
A maioria dos colegas residem na cidade de Jundiaí, eu há muito tempo deixei a cidade natal, e atualmente resido no litoral na baixada santista, estava sossegado em casa, e entre 11 e 12 horas recebo uma ligação, era o amigo e ex Cabo da AD/2 Vivaldo Jose Breternitz, companheiro de Quartel General, hoje um renomado Professor/Doutor, fiquei meio encucado, do porquê o Vivaldo estaria me ligando, algum caso sério? morreu algum amigo? Estaria ele precisando de alguns milhares de dólares? sei lá, atendi, ligação via face
─ Alô, é o Andrade
ele fez uma simples pergunta
─ Cara onde você está? combinamos de se encontrar as 11 horas na Rodoviária de Jundiaí! Cadê você?
Putz! Um raio caiu na minha cabeça, esqueci a bendita data do nosso encontro, e eu deveria estar em Jundiaí naquela hora, para pegar a carona até o local da confraternização, mas, aonde eu estava? Em casa, no litoral.
Contudo, guerreiro que é guerreiro, ainda mais um Artilheiro de Malet, não deixa falha, disse a ele
─ Avise aos amigos, que estarei lá! I’ wil be there, como diria Alfredo Platinetti, outro colega de farda, que está residindo nos USA, mas vem para o Encontro.
No momento, estava a 152,9 km do local, tomei o banho mais rápido da minha vida, e pensei nas opções de deslocamento:
1ª opção: ir de ônibus, até São Paulo, depois São Paulo/Jundiaí, para concluir um Uber de Jundiaí até o local do encontro, que era um pesqueiro em Várzea Paulista. Analisei, e conclui: Nem pensar! iria chegar lá no “day after”.
2ª opção: Ir de carro, mas como? Não tenho carro. Nesse momento de grande aflição pedimos para todos os Santos uma ajudinha, deu resultado, de repente veio um nome na cachola. Explico, aqui onde moro, conhecemos um amigo, que faz umas viagens quando precisamos, tipo levar até o aeroporto em sampa, ir para outras cidades da baixada santista, tais como Peruíbe, Praia Grande, etc, mas, tudo combinado previamente. Lancei a sorte, passei a mão no celular e liguei para o amigo de nome Zé Pires, já estava todo "cagado" mesmo, ele atendeu, estava em casa, e não tinha nenhum compromisso. Aleluia! A segunda opção foi a salvadora.
Pegamos a estrada, e pau na máquina, as 15 horas cheguei no tal pesqueiro, muito bonito por sinal, bem escolhido. Mantive a palavra, cheguei atrasado para a foto oficial, mas cheguei. Uma vez lá, percebi pela alegria, que a soldadesca já havia experimentado todos “refrigerantes”, então, entrei no ritmo frenético pra recuperar o tempo perdido, e fui entornando cana cayana com carapiá, caipirinha de vodka, cerveja, não necessariamente nessa ordem. Conclusão, voltei pra casa largado e roncando, e o Zé Pires no volante, ainda bem que não bebeu nadica, aliás ele não entorna quando está a serviço.
Próximo encontro irei novamente, mas no horário, se possível vou um dia antes para Jundiaí, e o cabo Vivaldo que se lasque para me dar carona.
Tenho dito.
21/02/2022