Biltre
Queria escrever uma crônica esportiva, mas a exaustão me fez dormir no intervalo do jogo de ontem. Zero a zero fora de casa, poderia ter sido pior.
Lembro de um psicanalista que numa entrevista quando perguntado para qual time torcia; responde: Pelo fim do futebol.
Onde estava? Ah sim. Dormi nas nuvens, sonhei que estava em uma construção abandonada numa festa improvisada. Uma ocupação, mas isso era o pano de fundo. Lee, que não me visita há quase uma década, dança comigo e me beija. Tenho a imagem vívida da cena. Fazia tempo que não tinha um sonho legal.
Obviamente acordo frustrado, sozinho na cama olhando o teto. Pego o bloco de notas e tento preservar o resquício onírico antes que se perca.
Levanto, vou urinar, tomo um banho e preparo meu desjejum. Repasso mentalmente o que há para o dia: devolver um livro e pegar outro emprestado, visitar um amigo doente e uma reunião partidária no fim da tarde.
No deserto real do agora uso do ar condicionado, internet e água fresca da biblioteca municipal enquanto passam as horas. As ruas estão insalubres. Lembram roteiros cyberpunks distópicos dos anos oitenta.
Dito isso,
Até.