Biltre

Queria escrever uma crônica esportiva, mas a exaustão me fez dormir no intervalo do jogo de ontem. Zero a zero fora de casa, poderia ter sido pior.

Lembro de um psicanalista que numa entrevista quando perguntado para qual time torcia; responde: Pelo fim do futebol.

Onde estava? Ah sim. Dormi nas nuvens, sonhei que estava em uma construção abandonada numa festa improvisada. Uma ocupação, mas isso era o pano de fundo. Lee, que não me visita há quase uma década, dança comigo e me beija. Tenho a imagem vívida da cena. Fazia tempo que não tinha um sonho legal.

Obviamente acordo frustrado, sozinho na cama olhando o teto. Pego o bloco de notas e tento preservar o resquício onírico antes que se perca.

Levanto, vou urinar, tomo um banho e preparo meu desjejum. Repasso mentalmente o que há para o dia: devolver um livro e pegar outro emprestado, visitar um amigo doente e uma reunião partidária no fim da tarde.

No deserto real do agora uso do ar condicionado, internet e água fresca da biblioteca municipal enquanto passam as horas. As ruas estão insalubres. Lembram roteiros cyberpunks distópicos dos anos oitenta.

Dito isso,

Até.

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 19/09/2024
Código do texto: T8155242
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