QUIXOTES
QUIXOTES
Estão faltando Quixotes, aqueles personagens sonhadores e idealistas que acreditam na transformação do mundo. Gente que seja maluco beleza, que transite entre a loucura engraçada e a tragicidade da vida. Gente que ligue pouco para as glórias e para os infortúnios e fascinem os outros por suas utopias (que seria de nós sem elas), sem nunca perder a esperança.
Gente que descuide da máxima de posse de bens e que projete uma nova forma de vida, mais integrada a aventura e a ventura que é viver com dignidade sem a insana vontade de ter. Gente que pense em si sem abandonar o outro, que dialogue com seu eu e com outros eus, que saiba entender as perspectivas e diferenças, que seja voz de conciliação nas batalhas e jamais abandone o diálogo com os sanchos da existência. A truculência dos atuais dias precisa parar.