O Velho Motor

Motor à diesel. Nossa Indelével Energia...

Oh, motor ingrato!

Você mostrou-me a claridade noturna.

Me fez acreditar na sua luz artificial.

Clareou meu lusco-fusco!

So que, às vezes, falhou...

Até quando eu estavas a estudar.

Por volta das 22 horas.

Você chamava o breu!

Eu via a volta do escuro.

Por que isso aconteceu?

Eu ficava inseguro...

Pudera! Tudo estava no escuro outra vez...

Aí acendia minha velinha!

Minha carteira estava marcada.

Era a cera que ali ficava.

Fazer o quê?

Eu vivia refém de você!

A escuridão era meu martírio.

Mas compreendia minha sina.

Você era uma máquina.

Perecível. Submissa aos seus poucos recursos

Precisava de combustível.

As vezes de manutenção.

E as vezes até de mais atenção!

Você não tinha coração.

Nem era perfeito!

Precisava de muita atenção do prefeito.

Você era um rei e não sabia.

Era a luz do final do dia.

Era algo estimável em nosso mundo tão pequeno.

Mas era nossa tecnologia.

Era algo parecido com magia.

Era a luz que nos resplandecia!

Oh, motor que hoje está em nosso museu.

Você, como muitos de nós, também faleceu!

Mas, posso afagá-lo no meu conforto.

De ter te visto e ainda era moço.

Porque agora reconheço seu esforço:

Funcionou e nos deu claridade.

Nem que fosse tão pouco.

Foi importante em nossa evolução.

Porque exigiu muito mais que sua energia.

Fez ver que a gente precisava de mais.

Só assim Urubupungá chegou à Amambai!

Machadinho
Enviado por Machadinho em 17/09/2024
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