FASES E ESTAÇÕES

FASES E ESTAÇÕES

Não há mais ruas, há desfiladeiros de prédios cortados por rios de asfalto. Circulam veículos e raros pedestres que se ignoram. O horizonte é curto, o tempo inclemente e o ruído indecente. Postes sustentam fios que tomam lugar de galhos para o pouso de passarinhos teimosos. Não há aromas, há cheiros de lixos e de excrementos de gente e de bichos que estão virando gentes. Não há crianças a vista brincando inocentemente, estão escondidas nos pombais de concreto e tijolos, abduzidas por suas telas. Há um grande vazio presencial e existencial, apequenam-se os toques, as emoções e pretensos atos de solidariedade e compaixão tem a força de um toque num teclado. Há muita fumaça sem fogo, selva sem vegetação, poluição de indiferença, onde morte em vida é presença garantida. Que clima!!!

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 15/09/2024
Reeditado em 15/09/2024
Código do texto: T8151906
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