AS SUTILEZAS DO MAR
Por que o mar de quando em vez se revolta e fica revolto e enfurecido? Será em virtude da beleza da lua quando cheia, do sopro do vento resfolegando adoecido, da maré que perde a mansidão e se encapela, da tempestade repentina derramando bilhões de litros de água do céu? Difícil dizer, são tantas as razões.
Ocorre que o mar, em decorrência de sua profundidade, do universo de mistérios nascendo, vivendo, sendo devorado e morrendo ao longo de sua imensidão ainda permanece uma incógnita. Lembra as mansões e os castelos assombrados onde o físico e o metafísico se misturam proporcionando o arrepio da imaginação, o aflorar do pavor.
Mas o mar também é uma grande benção para a humanidade, a exemplo do manancial de alimentos se que nos servimos, do lazer nos iates de luxo, do sal abastecendo o mundo e das estradas molhadas através das quais circulam e navegam milhares de embarcações, transatlânticos, submarinos e navios de pequeno e grande porte ao redor do planeta, levando e trazendo riquezas, pescadores e turistas.
Não ponha o pé no mar caso não saiba nadar. Embora seja bençãos mil, também é perigoso, afoga e arrasta, dá e tira vida. Melhor aprecia-lo de longe, sob admiração, mas com respeito e temor. Jamais brinque com o mar, seria assemelhado a brincar com fogo correndo relevante perigo. Que o amor entre o mar e os homens seja platônico e reverente, nunca fervorosos e ardente porque vai terminar mal para um dos dois. Certamente não será para o mar.