Conversa ao pé do ouvido sobre religião...

Para início de conversa, convém declarar que nenhum ser humano já decifrou a natureza exata de Deus. E então O constroem à sua maneira: mágico, controlador, punidor, etc. etc. E quem não acredita nessas interpretações de Deus é considerado ateu. Alguns até se horrorizam: “Credo, você não acredita em Deus!”

Pois se horrorizem, eu também não acredito no Deus das religiões, mas sim, O imagino como uma Força, uma Fonte, de onde tudo se originou e para onde tudo reflui. Na minha opinião, baseada na minha vivência, experiência e bom senso, Deus não É, Deus ESTÁ. Onde sempre esteve: na Inteligência Suprema das coisas!

Se horrorizem mais: eu também não acredito na Bíblia como “Palavra de Deus”. Se acabo de dizer que nenhum ser humano já decifrou a natureza de Deus, como vê-LO escrevendo coisas? A Bíblia, para mim, é um precioso relicário textual de dogmas e pensamentos de pensadores, filósofos, alguns ditos profetas, todos eles, em linguagem quase sempre simbólica, expressando as suas dúvidas e premissas religiosas. Precioso relicário religioso, sim, jamais palavra de Deus, até porque a Bíblia já sofreu várias mudanças, variações, acréscimos ou recortes no decorrer dos séculos, ao sabor das influências dos governantes ou Papas. Algumas de suas referências históricas são confirmadas, mas suas premissas religiosas jamais, porque lhes falta o pragmatismo necessário para tal.

Se Deus não é humano, como aceitar um Jesus Cristo, filho unigênito desse Deus? Como aceitar sem reservas esse Jesus Cristo, cujo nascimento e morte se constituem duas das maiores lendas do Cristianismo? Primeira lenda: Maria, mãe de Jesus, era virgem e concebeu do divino espírito santo; segunda lenda: Jesus ressuscitou, 3 dias depois de morto, e em carne e osso! Essas lendas desumanizam Jesus Cristo, tornando-o um deus.

O Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano em 380, por meio do Édito de Tessalônica, promulgado pelo imperador Teodósio e alguns se perguntam de que artes se valeu esse imperador para introduzir o Cristianismo como religião oficial de um Império historicamente pagão. Pesquisas históricas revelam que Teodósio, por meio do Édito da Tessalônia, não apenas tornou o cristianismo oficial, mas proibiu os cultos pagãos greco-romanos. Entretanto, sob a inspiração do lema “um Deus no Céu, um Imperador na Terra”, Constantino, seu antecessor, já havia proclamado, em 313, o Édito de Milão, lei que garantia liberdade para cultuar qualquer deus, o que seria fundamental para a futura conversão total do império, anteriormente pagão, ao Cristianismo. Se os recalcitrantes pagãos precisavam de um deus, a Igreja Católica lhes deu um – Jesus Cristo – providenciando as necessárias mudanças no Novo Testamento e montando uma biografia divina de Jesus de Nazaré.

Reconheço em Jesus de Nazaré um dos espíritos de maior e mais resplandecente estirpe espiritual que já habitaram este planeta. Veio numa missão gloriosa para revelar um novo caminho de amor e fraternidade aos homens. Por causa disso, foi crucificado e morto. Quem morre, não vive mais, essa é a lei da natureza, lei de Deus, e assim, Jesus Cristo, apesar de sua gloriosa missão, como homem, morreu, não voltará jamais, mas como espírito ou essência, sempre estará entre nós.

Não é minha intenção criar uma polêmica religiosa; quem tem o hábito da leitura da Bíblia que continue lendo, quem acredita em pastores ou padres, que continue acreditando. O meu artigo visa aos duvidosos do pedaço, os que precisam de mais elementos para definir ou redirecionar corretamente as suas crenças.

Por Deus e todos os diabos do mundo, é melhor ler a Bíblia do que poluir a sua mente com leituras de baixo nível moral, e melhor ir à Igreja do que frequentar bares e prostíbulos, mas, por favor, não caiam nas armadilhas desse escancarado e infame estelionato religioso que estão praticando certos “Secretários de Deus”!

Santiago Cabral

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Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 12/09/2024
Reeditado em 12/09/2024
Código do texto: T8150291
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