O PODER DO AGORA
Francisco de Paula Melo Aguiar
Quem não se faz presente não é lembrado, nem no casamento, no aniversário, no partido político, na igreja, no velório e muito menos no sepultamento do conhecido ou do desconhecido, porque na vida não conhecemos ninguém presente ou não. Isto continua sendo um terreno movediço, o ser humano, ainda que por analogia, por exemplo, o aluno fisicamente está presente na sala de aula e mentalmente em lugares outros, incertos e não sabidos, isto ocorre na política, nas religiosidades, etc.
Isto ocorre na escola também na chamada escolar, na praça e no lar.
Na igreja de poucos fiéis durante a semana.
Não é diferente nas atividades laborais, empresariais e sociais.
É importante se fazer presente na alegria e na dor própria e nem sempre na alegria ou dor do outro.
Até nos debates políticos ideológicos, a exemplo da maior potência e democracia da face da terra, no caso, os Estados Unidos da América, algo bem diferente dos debates à brasileira, onde os projetos estruturantes são xingamentos entre os concorrentes. Lá nos EUA os candidatos também tem mentiras, porque onde tem o animal racional tem tudo isto e muito mais. Portanto, com debates ou não no Brasil, o eleitorado coopta e é cooptado em pela população carente ou sem nada, algo numérico de aproximadamente 30%(trinta por centro) dos eleitores distribuídos entre abstenção, votos nulos e votos brancos em cada eleição.
Toda escolha tem um preço e poucas pessoas sabem usá-la, assim como "a liberdade é uma escolha difícil. Porque ser livre significa aceitar a responsabilidade pelo próprio destino, sem desculpas, sem ilusões. A verdadeira liberdade não é apenas fazer o que queremos, mas ser quem somos, sem medo das consequências", segundo Toni Morrison, in.: Amada (1987).
Portanto as escolhas promovem às mudanças para melhor ou para pior e na política não é diferente.
Uma lástima este tipo de democracia, a de escolher alguém para votar mediante aliciamento.
É um desenho surreal de tal parcela significativa do eleitorado nacional, estadual e municipal, com raríssimas exceções.
A população alienada e sem sonhos, assim se vingam na hora de votar, porque não se vê representada nos candidatos, assim se presume.
O instituto ilegal da corrupção, deita e rola com o eleitorado ignorante com as propostas de todos candidatos.
Assim sendo, "vivemos em um mundo que constantemente nos puxa para o passado ou o futuro, mas a verdade é que o presente é o único momento que temos para viver. Focar no agora nos permite experimentar a vida plenamente, sem as distrações do que já foi ou do que ainda está por vir. É no presente que encontramos o poder de mudar e criar o futuro", é o que nos informa Eckhart Tolle, in.: O Poder do Agora (1997), tendo em vista que em parte concordamos com tal pensamento.
Na primeira candidatura o eleitor vota no amigo ou conhecido, porém, na segunda eleição, o eleitor já não vota mais no amigo, vota no político profissional e que este esqueceu das promessas feitas e não compridas na primeira eleição, aí entram os favores de vésperas das eleições, por exemplo, saco de cimento, tijolos, telhas, areia, barro, pagamento de taxas de água, energia elétrica, etc.
Então, estamos falando mesmo do passado, do futuro ou do presente?
Descendo a ladeira todo santo ajuda, agora subindo a ladeira nem todo santo ajuda.