De volta à normalidade - BVIW
Ana foi para a megalópole paulistana e Bel permaneceu numa cidade do interior mineiro. Um caso típico de família desfeita pelos dramas da vida. As duas irmãs trocaram cartas até que a distância se consolidou e cortou os laços. Depois de alguns anos, vida feita e casa própria reacenderam a saudade e o universo conseguiu reconectá-las. Ana estava de volta a Minas. Uma faria companhia à outra. Ao longo da Br 381, os ipês se desculpavam pela ausência de chuva e ofereciam uma chuva de flores. Na casa de Bel, doces e o almoço mineiro que ela fazia tão bem. No abraço reconheceram-se, sentiram correr o calor do sangue fraterno. Senta aí, fica à vontade. Dias se passaram, e o afeto renascia mais lento do que o esperado. Ambas tentaram realinhar o tempo vivido àquela realidade. Não conseguiram. Na viagem de volta, os ipês ainda floriam. Solidários, choravam esparsas gotas de flores sobre a aridez do chão. Logo que chegou à agitada cidade, Ana sentiu que sua solidão voltava à normalidade. Os bichos de Bel eram muito carinhosos e deixaram claro: não chore, Bel, você tentou.