Afetivo e essencial
Águida Hettwer
 
 
     Nas relações de modo em geral, o ser humano desde o princípio,
Na sua intensa busca vital, procura a “pessoa ideal”, seja para um relacionamento amoroso ou até mesmo amigável. Esquecendo-se que um envolvimento profundo, requer honestidade em primeiro lugar, abdicação, dose considerável de paciência e compreensão. Saber lidar com os conflitos inevitáveis, que vão surgindo, onde as idéias não andam no mesmo compasso,
E cada um em posse de seu orgulho, não souber administrar a relação termina em caos e sofrimento. Notório em nossos dias, a liberdade de expressão no cotidiano, na mídia principalmente, em letras musicais, onde o ser humano perdeu a consideração e o respeito pelo semelhante. A serenata na janela, a rosa vermelha na lapela, ficou para os tempos da vovó! Que me perdoem os Funkeiros e simpatizantes de plantão. Quiçá resgatar essas relações de delicadeza e respeito de outrora. Onde a mulher era musa inspiradora dos poetas seresteiros. O romantismo nunca saia de moda, amar e entregar-se para o outro, em verdade, carne e espírito, não seja apenas um versejar bonito.
 O comportamento afetivo enobrece a relação, e impulsionador da auto-estima, em intimidade autêntica e liberta de tabus. Hipocrisia imposta muitas vezes pela mesma sociedade de libertinagem, assume o papel de Acusador e Defensor, onde a identidade do ser humano vai corrompendo-se ao longo dos anos, em uma geração de pessoas sem estruturas firmes, isoladas e desconfiadas. Onde os exemplos e modelos de vida perderam a credibilidade.
A família, fator de suma importância na educação e formação do caráter do ser humano anda de pernas bambas, carências afetivas em todos os sentidos. Outro grande mal do século é falta de tempo, vivemos em uma era capitalista,
Onde tempo é dinheiro!
As famílias não se reúnem mais como antigamente, raras vezes conseguem fazer as refeições juntas, saboreando um diálogo saudável de sobremesa, aonde idéias vão se amalgamando e criando vínculos eternos. Pais e filhos são estranhos, dividem o mesmo teto, mas não conhecem um ao outro. Mães assumem papeis de Pais e esquecem da própria vida. Lacunas vão se formando. Quantas mágoas poderiam ser eliminadas, com um simples toque nas mãos. Quantos aconchegantes abraços poderiam ser distribuídos se fossemos menos orgulhosos e prepotentes. A vida é passageira, quando percebemos isso, é um bom sinal! Ainda vale a pena retocar a alma com a essência viva do amor.
 
 
 
 
13.01.2008