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E ACONTECEU QUE O CÃOZINHO FUGIU...

 

“É que os momentos felizes

Tinham deixado raízes no seu penar

Depois perdeu a esperança

Porque o perdão também cansa de perdoar”

(da música “Regra Três”, de Toquinho e Vinicius De Moraes)

 

Era um pacato vira-lata, tranquilo, sossegado, totalmente "zen"...

Como se diz: mansinho ... "que só vendo!"

Sim, daqueles cãezinhos calmos e pacíficos

Que não incomodam ninguém 

Que só ficam... "na deles" (serenos)

 

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Certo dia, sem mais nem menos, o seu dono lhe deu um forte chute em seu dorso

Nossa!...

Quanta maldade!...

Quanta covardia!...

Aliás, não tinha sido a primeira vez, nem a segunda...

Porém, desta vez, foi bem mais [forte]

 

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Existem certas agressões que machucam mais a alma que o corpo [da gente]

É verdade

E fica aquela mistura entre tristeza e revolta

Como se tivesse esmagado o coração

Oh! E como magoam!...

E como fazem doer!...

 

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A dor!

Como defini-la?

Com certeza a dor é algo que de tudo que "é alma" ... a sente [no tempo]

E não somente ... o corpo

E aí fica pergunte:

Até quando [a dor] é "sentida"?

Sim, até quando depois da "porrada" [física ou abstrata] em alguém ela será "vivida"?

Talvez, enquanto habitar ... na memória

Ao que "apagada" será (quem sabe!) pelo perdão

Mas, e quando o perdão s'esgotou de perdoar???

Ah! Melhor dexar ... pra lá!

 

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E naquel'hora, tomado por um sentimento de tristeza, o pobre cachorrinho pensou:

- Por que ele fez isto comigo? Ou melhor: por que ele [sempre] “faz” isto comigo? Será que ele

não gosta de mim? Seria porque [eu] não tenho raça, pelo que sou um "vira-lata", e assim ele

teria vergonha de mim? - perguntava para si mesmo

 

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- Não, agora chega! Não fico mais nem um minuto aqui. - Ao que pensou.

Caminhou para frente da casa

Percebeu que o portão estava aberto, e sem pensar duas vezes... fugiu

O seu dono o viu escapar, e chorou!

Ele o queria de volta

Mas ele - o cãozinho -... ah! este nunca mais voltou

 

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Aqui, ainda que talvez não tenha nada a ver, fico a meditar as palavras do grande Guimarães Rosa:

“Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?”

 

10 de setembro de 2024

 

IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

E ACONTECEU QUE O CÃOZINHO FUGIU...

 

“É que os momentos felizes

Tinham deixado raízes no seu penar

Depois perdeu a esperança

Porque o perdão também cansa de perdoar”

(da música “Regra Três”, de Toquinho e Vinicius De Moraes)

 

Era um pacato vira-lata, tranquilo, sossegado, totalmente "zen"...

Como se diz: mansinho ... "que só vendo!"

Sim, daqueles cãezinhos calmos e pacíficos

Que não incomodam ninguém 

Que só ficam... "na deles" (serenos)

 

Certo dia, sem mais nem menos, o seu dono lhe deu um forte chute em seu dorso

Nossa!...

Quanta maldade!...

Quanta covardia!...

Aliás, não tinha sido a primeira vez, nem a segunda...

Porém, desta vez, foi bem mais [forte]

 

Existem certas agressões que machucam mais a alma que o corpo [da gente]

É verdade

E fica aquela mistura entre tristeza e revolta

Como se tivesse esmagado o coração

Oh! E como magoam!...

E como fazem doer!...

 

A dor!

Como defini-la?

Com certeza a dor é algo que de tudo que "é alma" ... a sente [no tempo]

E não somente ... o corpo

E aí fica pergunte:

Até quando [a dor] é "sentida"?

Sim, até quando depois da "porrada" [física ou abstrata] em alguém ela será "vivida"?

Talvez, enquanto habitar ... na memória

Ao que "apagada" será (quem sabe!) pelo perdão

Mas, e quando o perdão s'esgotou de perdoar???

Ah! Melhor dexar ... pra lá!

 

E naquel'hora, tomado por um sentimento de tristeza, o pobre cachorrinho pensou:

- Por que ele fez isto comigo? Ou melhor: por que ele [sempre] “faz” isto comigo? Será que ele

não gosta de mim? Seria porque [eu] não tenho raça, pelo que sou um "vira-lata", e assim ele

teria vergonha de mim? - perguntava para si mesmo

 

- Não, agora chega! Não fico mais nem um minuto aqui. - Ao que pensou.

Caminhou para frente da casa

Percebeu que o portão estava aberto, e sem pensar duas vezes... fugiu

O seu dono o viu escapar, e chorou!

Ele o queria de volta

Mas ele - o cãozinho -... ah! este nunca mais voltou

 

Aqui, ainda que talvez não tenha nada a ver, fico a meditar as palavras do grande Guimarães Rosa:

“Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?”

 

10 de setembro de 2024

Anonymous Real
Enviado por Anonymous Real em 10/09/2024
Reeditado em 10/09/2024
Código do texto: T8148387
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