Comentário de 80 anos
Caríssimos amigos apresentaremos a seguir algumas etapas da vida do Senhor Arão.
Dia 08 de Agosto de 1925 nascia na cidade de Laguna, mais precisamente na localidade de Bananal, duas crianças fortes e saudáveis que vieram para brindar o amor do casal Maria Custódia e Silvino. Eram os gêmeos Arão e Abrahão.
O Arão juntamente com seu irmão gêmeo Abrahão, desde pequenos eram tão unidos como se estivessem ainda no útero de sua mãe.
Quando eram crianças brincavam sempre juntos sem que houvesse alguma discórdia entre os dois. Suas brincadeiras eram muito sadias como andar no trapiche, conversar olhando o mar, esta maravilhosa natureza que Deus nos deu.
O lugar onde moravam era cheio de árvores, por isso os meninos nunca tinham problemas em subir nas mesmas que tinham ao redor de sua casa e ali ficavam nas horas vagas a conversar sobre assuntos do dia-a-dia.
Mas eram também muito preocupados com sua família e desde cedo já trabalhavam. Ainda pequenos conseguiram um serviço na cabeceira da ponte que estava sendo construída. E sabem o que os dois faziam? Pois é, picavam pedras e as colocavam numa latinha.
Quando estavam meio cansados, os dois sentavam-se numa pedra, à beira da lagoa e ali brincavam até que refaziam suas forças e recomeçavam os serviços.
Assim que esta estava cheia, saíam os dois abraçados para entregar ao seu chefe, que lhes pagava, e os dois voltavam felizes para casa e entregavam o dinheirinho a sua mãe.
E assim cresceram sempre juntos, só se separando quando foram servir no exército, pois não quiseram deixá-los no mesmo lugar, sendo que o Sr. Arão foi para Florianópolis, enquanto seu irmão Abraão ficou em Imbituba.
Ao retornar do exército, seu Arão resolveu casar com Dona Pedra, hoje falecida, deixando muita saudade a seus familiares. O casamento ocorreu na Localidade de Figueira. E sabem como foram até lá? Como naquela época não tinha estrada para carro ou ônibus, foram as testemunhas numa canoa e os noivos noutra canoa e estavam tão felizes que Dona Pedra ria o tempo todo. Aliás, esta era uma de suas particularidades.
Desta união, nasceram seus filhos, que hoje estão aqui para homenageá-lo.
Mais tarde o Seu Arão conseguiu um emprego, no Porto de Laguna e coitado, tinha que ir a pé, e só algumas vezes por semana, vinha em casa, pois estava hospedado em uma casa de família em Laguna. No porto ele trabalhou muitos anos, no início descarregava e carregava navios. Com o passar dos anos, foi promovido a conferente, função esta que exerceu por muito tempo. Chegavam, naquela época, muitos navios e ele trabalhava até altas horas da noite, pois trabalhar para ele não era problema e sim um prazer.
Mais tarde achou que tinha vocação para a música e ingressou na Sociedade Musical Carlos Gomes e ali permaneceu tocando por quase cinquenta anos. Era muito respeitado pelos jovens que tocavam com ele.
Também nesta época, O Sr. Arão, por ser muito católico, dedicava-se às atividades da Igreja, sendo presidente da CAEP por vinte e cinco anos mais ou menos.
Outro fato que achamos que marcou sua vida foi a comemoração de suas Bodas de Ouro. A celebração da confirmação do Amor mais verdadeiro e sincero que pudemos testemunhar. Nesta data, estavam presentes muitos que hoje vieram comemorar seus oitentas anos.
Esta foi uma pequena narrativa da trajetória deste homem.
Precisaríamos de muito, muito mais tempo e DVDs para ilustrar a vida deste homem. Pois sua vida foi, e ainda é cheia de momentos e emoções.
Podemos a partir de hoje, começar a preparar as imagens dos próximos, pelo menos, 20 anos, pois ele já tem um compromisso para daqui a 14 anos. Como sua vida foi marcada por muitas emoções, tem mais uma, foi convidado a batizar sua bisneta, e no ano de 2018 ele terá que dançar a valsa dos quinze anos.
Parabéns seu Arão, o senhor é a pessoa mais bondosa, compreensiva, admirada e respeitada por seus filhos, seus amigos e todos que têm o privilégio de conhecer e conviver com o Senhor.
P.S.: Esta é uma homenagem que faço ao meu, digo, ao nosso querido pai.
Foi escrito por meu irmão, mas todos os parentes tiveram uma participação exemplar.
Adilton Arão de Medeiros
22/07/2006