PASSANDO FOME OU VERGONHA?

Ontem fui ao supermercado e vi uma cena deveras assustadora que quase me fez dar meia volta e sair correndo de lá. Avistei três viaturas e vários policiais na entrada, ouvi gritos de protesto oriundos do interior do estabelecimento enquanto as pessoas que chegavam titubeavam em entrar. Por precaução, após decidir continuar o intuito de fazer minhas compras porque verifiquei que não havia tiroteio nem correria, estacionei o carro na parte mais distante daquela situação, seja lá qual fosse.

Adentrando o supermercado, vislumbrei o motivo da presença da polícia, embora permanecendo inerte, apenas observando sem tomar nenhuma providência, deparei com um amontoado de pessoas e cartazes exigindo alimentos, alegando que estavam passando fome e tinham o direito de invadir para exigir.

Atônito, notei a grande quantidade de crianças, adultos, jovens e idosos entoando a ladainha de sempre desses grupos, apesar de pacíficos em suas atitudes. Quando pararam de estrilar o propósito da presença deles alí, alguns deitaram no chão, uma ou duas mães jovens puxaram o seio farto e deram de mamar a recém nascidos, e muitos começaram a conversar animadamente como se estivessem numa pracinha qualquer trocando ideia sobre a vida.

Foi impossível desviar os olhos de uma linda e saudável garota de mini blusa agitando um cartaz, parecia visível que ela não estava faminta coisa nenhuma. Porém o que mais me chamou a atenção, ao penetrar por entre as prateleiras e gôndolas carregadas de produtos, foi constatar o número de manifestantes acessando o celular deitados no chão depois dos alaridos.

Como alguém que tem celular pode afirmar que está passando fome? Desculpem, foge de qualquer lógica. A meu ver, passavam mesmo é vergonha. Será que se alguém jogasse carteiras de trabalho eles saíram correndo do supermercado? A que ponto chegam alguns!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 08/09/2024
Código do texto: T8146891
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