A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE
Francisco de Paula Melo Aguiar
A esperança é a última que morre, segundo o imaginário popular.
Desde tenra idade que se ouve tal afirmação sendo proferida pelos mais velhos.
Então vale apenas tentar, porque o fracasso ou derrota antecipada é não tentar, se dá por vencido, sem coragem para sonhar com dias melhores para si, sua prole, sua comunidade, seu município, seu estado e seu país.
É justamente isto, que por dedução lógica, usando a razão, algo semelhante de quanto maior for o investimento no alicerce imaginário, maior será a construção a ser erguida.
Assim sendo, não é diferente o que acontece no coração do humano que alimenta esperança em sua visão de mundo, porque "a esperança é a última a morrer no coração do homem. É ela quem nos guia pelos caminhos tortuosos da vida, mesmo quando tudo parece estar perdido. Ela é a estrela que brilha na noite mais escura, lembrando-nos de que, por mais longa que seja a tempestade, o sol sempre volta a brilhar", segundo o poeta e escritor florentino (italiano) Dante Alighieri (1265-1321), in.: A Divina Comédia (1308-1321).
E isto é fato.
A esperança é o combustível que alimenta o sonho da humanidade, mais especificamente o homem, queira ou não na visão de Dante Alighieri de passagem pelo inferno, pelo purgatório e pelo paraíso, ainda que fazendo turismo de fim de dia ou de semana.
Ainda bem que se trata de uma comédia divina, com sombra pecadora contendo esperança ainda que passageira para ingressar no paraíso, mesmo tendo passado pelos sete infernos ou ciclos: o limbo (virtuosos pagãos); Vale dos ventos (luxúria); Lago de lama (gula); Colinas de rocha (ganância); Rio Estige (ira); Cemitério de fogo (heresia); Vale do Flegetonte (violência).
A esperança é a última que morre, disto não temos dúvidas.
E cujos infernos ainda que por analogia estão presentes na vida do homem contemporâneo, mesmo diante dos avanços tecnológicos e das ideologias cristãs e ou pagãs.
A comédia contemporânea continua sendo escrita pela esperança que alimenta o sonho do homem antes de morrer na sarjeta das grandes e pequenas cidades do mundo de ontem, de hoje e de sempre, adaptável aos sete infernos inseparáveis da realidade humana.
Qual a esperança é a última que morre no homem do século XXI?