MUNDO ESTRANHO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Meu mundo estranho emerge do sol que me ilumina e não das trevas que apagam às sombras diante da ignorância humana.
Que mundo estranho é este?
Tudo que vejo e o que os outros não veem.
Isto mesmo, porque com bom papo e promessa a massa se arrisca a cada passo rumo à sepultura do ganhar e do perder tudo com às próprias mãos ao acionar o enter para confirmar em quem votou.
Meus Deus! Que senzala digital é esta? A urna eletrônica ou não.
Isto é um grande risco, porque a escolha emerge das trevas, apesar de se afirmar de que há luz no final do túnel.
Que luz? Se eu sou o próprio túnel.
Então sem o túnel nada feito, nada sou, nada penso, nada escrevo, serei apenas um voalejo, como um pássaro perdido com as asas cortadas a procura de abrigo.
Assim sendo, direi então que meu mundo é meu túnel cósmico e ou plasmático na boca do tempo, se é que o tempo tem boca, assim perdido ou achado em algum lugar, onde tenho a única certeza de que ninguém vai me acolher, porque quem fala a verdade tem poucos amigos e ou nenhum por falta de bajulação.
Por outro, pensando assim, "como é estranho este mundo: o homem sonha com a felicidade, mas não a reconhece quando ela chega. A vida é cheia de oportunidades, mas estamos tão distraídos pelas nossas preocupações cotidianas que as deixamos escapar. E então, quando olhamos para trás, percebemos que as coisas que importavam já se foram. O segredo da felicidade está em viver o agora, em se abrir para a beleza que nos rodeia antes que ela desapareça", segundo o contista, dramaturgo, escritor e médico russo Anton Tchékhov (1860-1904), in.: "O Jardim das Cerejeiras" (1904).
É assim o meu mundo estranho.
E qual é o teu mundo estranho?