DIA DA INDEPENDÊNCIA

Hoje comemoramos os 202 anos do grito de D. Pedro - independência ou morte – (às margens do riacho Ypiranga) que apesar da desconfiança de ser um mito, como as outras frases “o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” atribuída ao Almirante Barroso ou “sigam-me os que forem brasileiros” atribuída ao Duque de Caxias, simboliza a reação do governante, na época a princesa Leopoldina, contra a tirania daqueles que, ainda hoje, tentam manter o Brasil como terra de ninguém, sem dono, onde qualquer aventureiro, nativo ou estrangeiro, pode roubar e ficar impune.

Brasil na América do Sul, Portugal na Europa e Algarves na África, já eram territórios independentes por terem sido elevados a reino unido em 1815 sob a coroa de D. João VI, mas tanto naquela época como hoje, o Brasil continua sendo a galinha dos ovos de ouro que todos querem possuir, por ser é o país mais rico do mundo, pois além da biodiversidade há em nosso subsolo os minerais que fazem parte da tabela periódica em todas as suas nuances e mais tantos outros que ainda estão para serem descobertos.

Apesar de altaneiros enquanto indivíduos, coletivamente somos um povo jovem, crédulos em palavras bonitas e cheias de boas vontades que escondem interesses escusos.

A nossa etnia ainda está em formação, pois salvo as raras exceções no final do século XIX e início do século XX, nunca tivemos imigração de famílias ou comunidades inteiras que implantassem a experiência social vivenciadas por mais de mil anos nas aldeias que se formaram após o declínio do império romano, que foram perseguidas e trazidas para os países que se tornaram independentes antes de nós que passamos mais de trezentos anos para romper com a metrópole.

Colônia, reino unido, império absolutista, império parlamentarista, república presidencialista, ditadura, república presidencialista outra vez, ditadura novamente, presidencialismo com experiência parlamentarista e novamente presidencialismo foram as formas de governo experimentadas e nenhuma delas, até agora deram os resultados esperados, mas apesar das ameaças dos arautos do apocalipse, o mundo não vai acabar tão cedo e resta-nos a esperança de que algum dia, no futuro que espero não esteja muito distante, tenhamos a verdadeira democracia almejada por todos, livre de déspotas autoritários porque, fatalmente, eles também morrerão.

Até lá, devemos comemorar a nossa liberdade, “ainda que tardia”, como diriam os mineiros inconfidentes...