AOS MEUS AMIGOS DA TURMA UFF/ ANTIGO RJ/ 68.
Coube a Goethe um dos melhores estudos sobre o simbolismo das cores. Cor é o choque entre a luz e as trevas, sombra e claridade. Cores quentes, mais luminosas, cores frias, menos luminosas.No escuro a circulação sanguínea diminui, passando da sombra para a luz a circulação aumenta, é esta a razão do sol e seu amarelo simbolizarem vida, movimento, alegria.É das trevas que saem os perigos, enquanto da luz sai a vida, a criação, a tranquilidade.
A luz espiritual difere da física, refere-se em parte ao que físicos como Einstein chamaram de "ondas imateriais", dimensões que compõem um complexo tempo/espaço. Assim, o vermelho do nosso grau acadêmico, a cor do sangue, símbolo da vida, da atividade, da combatividade, do ardor, símbolo da paixão imperiosa, do sentimento forte. Nesse contexto também a sensibilidade, concentrando todos os sonhos das revoluções benignas. Integra ainda o Poder na “Púrpura”, cor dos mantos cardinalícios, cor da majestade, símbolo da realeza, da aristocracia dominante, dos mantos imperiais, símbolo da autoridade que faz justiça verdadeira.
O amarelo resta imanente e irmão, imanente como cor do mundo transcendente, clareando a inteligência humana, as nossas, como irmãs do direito, das normas de conduta. Cor da revelação que ilumina o espírito humano em trevas, das virtudes teologais, simbolizando a fé na esperança no homem voltado para Deus. Explica assim as virtudes mundanas, traça condutas, significa generosidade do coração, inspiração feliz, bom conselho, mas também cor da luz, do ouro, da intuição, da riqueza, da sabedoria.
O mesmo assinalam as linhas do triângulo, que são muito abrangentes, irradiação da sabedoria. Três lados que vibram em todos os sistemas religiosos do planeta, relacionando-se com outras figuras geométricas. O triângulo equilátero simboliza divindade, harmonia, proporção. Como toda geração faz-se por divisão, o homem corresponde ao triângulo equilátero cortado em dois, ou seja, em triângulo-retângulo.
Platão classificava o triângulo-retângulo como a representação da terra, fruto da lógica que norteia o direito, seus três elementos. O simbolismo do triângulo é tão importante para o homem que chega-se a afirmar a inacessibilidade dele por pessoas que não reúnem um certo grau evolutivo, e o objetivo de uma eventual iniciação evolutiva é conduzir a pessoa a alcançar sua essência ao menos esotérica, sendo da obrigação do homem inteligente caminhar nessa direção sem ultrapassar o que está posto.
Triângulo e espírito, direito/norma são termos que se confundem e são possuidores do mesmo sentido filosófico. Em determinados seguimentos religiosos a tradição simboliza Deus por um triângulo, cujo nome não se pode pronunciar. Os pitagóricos atribuíam valores metafísicos de grande importância em seu sistema filosófico. Encontramos na alquimia o triângulo simbolizando o fogo que vibra no coração dos evoluídos. Os maias denominavam o triângulo como a expressão dos raios do sol e o relacionavam com os brotos que formam o gérmen de milho. A maior compreensão mostra que o simbolismo do sol e do milho é duas vezes o símbolo de fecundidade. Mas é também o pão que alimenta. Na Índia, na Grécia e em Roma, o triângulo foi largamente utilizado principalmente nos frisos ornamentais, nos grandes frontispícios; me demorei a ver muitos na Itália, ainda preservados. No sistema maçônico o triângulo simboliza a divindade principalmente no “Delta Luminoso”, representando o “Senhor das Eternidades”. Está, pois, manifestado em toda a natureza, obedecendo a forma trina. Em vários sistemas filosóficos é agrupado em tríades com grande sentido moral : Pensar Bem, Dizer Bem, Fazer Bem; Sabedoria, Força, Beleza; Nascimento, Maturidade, Morte; Cabeça, Tronco, Membros.
Milhares de trilogias podem ser citadas e através da meditação conjugar outras tríades para ampliar nossa percepção. E chegamos à unidade, como nos humanos, o círculo; o infinito eterno, sem cisões, consequência permanente da união, linear e sequencial, forma pacificada da irmandade, una, plasmada na entrega sem ruptura, esse seu grande simbolismo, ausência de ruptura, como em nossa turma de academia que se distancia, mas não se apaga sua unidade, sua sequencial ideia, liberdade/fraternidade/justiça.