INDEPENDÊNCIA?!
No dia sete de setembro comemora-se a "Independência do Brasil". Cabe então um questionamento: somos verdadeiramente um povo livre? Cidadãos livres?
A mídia passou a semana noticiando os preparativos para a grande festa que o Presidente Lula mandou preparar. Brasília encontra-se toda enfeitada de verde e amarelo, avenidas, arquibancadas e palanques prontos para receber os participantes dos desfiles, as autoridades, os convidados e as pessoas em geral.
O presidente pediu a colaboração dos empresários para a confecção de milhares de bandeirinhas com o Hino Nacional impresso no verso para distribuir entre os populares, tornando assim a festa ainda mais verde e amarela.
Até aí tudo bem. Sabemos que em todos os cantos do país, independente do tamanho da cidade, acontecerão paradas militares, desfiles civis, shows e festas diversas. O espírito patriótico do brasileiro aflora e toma conta de todos nessa época.
Mas não podemos esquecer de que essa liberdade tão comemorada é limitada. Senão vejamos:
• somos livres quando dependemos do dinheiro estrangeiro?
• Somos livres quando buscamos no exterior modismos a serem seguidos?
• Somos livres quando não conseguimos viver dignamente por causa dos salários baixos, do subemprego ou do desemprego?
• Somos livres quando não podemos dispor de medicina preventiva e pior ainda, não cuidamos dos nossos doentes?
• Somos livres como classe trabalhadora esmagada e oprimida pela classe dominante?
• Somos livres quando pagamos todos os impostos que “nos são impostos” e não temos direito à saúde, segurança, moradia, transporte e educação de qualidade?
• Somos livres quando discriminamos e somos preconceituosos?
• Somos livres quando marginalizamos nossos idosos, nossos negros, nossos pobres, nossos índios, nossos homossexuais, nossos portadores de necessidades especiais?
• Somos livres quando vemos nossos irmãos morrerem de fome e de frio por ter sua cidadania negada e nada fazemos?
• Somos livres quando endeusamos fanaticamente ídolos de barro enquanto o nosso próximo, seja o mais próximo ou o mais distante, é estupidamente esquecido na sarjeta?
Como comemorar a independência quando vemos uma minoria detentora do poder e das riquezas esbanjando luxo, desperdiçando com supérfluos enquanto a maioria desprovida de tudo sucumbe humilhada e sedenta de justiça?
Verdadeiramente não seremos livres se não tivermos Deus no coração e não seguirmos a lição do Mestre Jesus: simplicidade, humildade, solidariedade e perdão! E se não lutarmos por justiça e igualdade social...
(setembro/2005)