DOS CHÃOS DO QUERER-TANTO
Por vezes respingam de mim certos gostos alheios, de alma emburrada e cheiro arredio. São flancos estranhos, de caminhar desafinado e andar cabisbaixo. Neles vejo tecos de uma rama fugida, escassa no saber e sedenta de ciladas e confins tantos. São gostos de sonhos rasteiros, revoando segredos até então reclusos nos chãos do querer-tanto. Em cada vão são ecoados arroubos de festim. por vezes pétalas aguçadas do que tenho de mais raro, de mais cativo. São esvoaçadas investidas ciganas, talvez meras angústias enclausuradas e febris. Nada disso. Nesses esboços de felicidade consigo costurar minhas flâmulas destemidas, atemporais e nuas. Sobretudo nas ancas desse querer-bem aflito, ressuscito todos gritos suados e esfacelados do que carrego de mais reverberado. Assim, missão cumprida, retomo a ginga, o arremate e o laço de chegada. Aplausos virão, por certo, em cada requebro arrebatador que puder parir de dentro desse aflito coração.