A morte

A morte. Esse tema que todo mundo evita, mas que é a única certeza que temos desde o dia em que nascemos. O interessante é que falamos tanto sobre tudo que vivemos, mas evitamos o que é inevitável. Algo me diz que, ultimamente, eu tenho escrito demais sobre a morte. E talvez seja justamente porque ela é o que nos torna, ironicamente, vivos.

A morte sempre foi um tabu, cercada por mistérios, superstições e medos. É engraçado como, no fundo, sabemos que ela vai chegar, mas ainda assim tentamos afastá-la como se fosse um intruso batendo na nossa porta. Tem gente que até se benze quando o assunto surge, como se uma cruz no ar pudesse adiar o inadiável.

A verdade é que a morte é a nossa única certeza. A única coisa que nos iguala, que nos coloca todos na mesma fila, independentemente de quem somos, o que fizemos ou quanto dinheiro temos. Cada dia que vivemos é, na verdade, um dia a menos. Cada amanhecer nos lembra que estamos mais perto desse ponto final que todos compartilharemos. Então, por que fazer tanta cara de enterro quando o assunto vem à tona?

Deveríamos, talvez, falar da morte com um pouco mais de leveza, quem sabe até com humor. Afinal, desta vida, ninguém sairá com vida. E se é assim, talvez devêssemos tratar a morte não como um fim trágico, mas como parte da comédia humana, esse espetáculo imprevisível e, muitas vezes, absurdo que é viver.

Pense na morte como aquela convidada inesperada de uma festa. Você sabe que ela vai aparecer, mas nunca sabe exatamente quando. Enquanto ela não chega, aproveite a música, a comida, a companhia. Ria mais, ame mais, viva mais. Porque, no fim das contas, o que realmente importa é o que fazemos entre o primeiro e o último ato.

Talvez, ao aceitar a morte como parte da nossa jornada, possamos realmente aprender a viver. Viver sem medo, sem pressa, sem tanta seriedade. Quem sabe, assim, possamos até rir quando a morte nos chamar para dançar. Porque, no fim das contas, a vida é um grande baile, e estamos todos aqui para aproveitar até o último acorde.

Marco Antônio Costa
Enviado por Marco Antônio Costa em 30/08/2024
Código do texto: T8140694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.