MÚLTIPLOS CONFLITOS
São em demasia os sentimentos contraditórios no coração do ser humano, múltiplos conflitos que se geram nas situações, nas emoções, nos embates afetivos. Esse amontoado de turbulências de súbita mutação transforma a alma num tumulto constante. No entremeio dessas variáveis e contraditórias vivências do homem consigo mesmo e seus próximos, a vida segue impassível, o instinto de sobrevivência, dínamo que impede a inércia do existir, prossegue seu caminho. Pois apesar de tudo há motivos de sobra para continuar a jornada.
Impossível escapar das brumas emotivas, até os pensamentos batalham entre si por prevalência, insistentes que são. Conquanto alguém tente desligar-se do maremoto sentimental cotidiano, entrará em dilemas propostos pela mente, o coração, a alma e o espírito. Viver em paz permanente não é intrínseco da humanidade, pelo contrário, mostra-se inerente a ela guerrear, buscar lutas, cavar embates.
Talvez seja justamente o ondear de altos e baixos enquanto vivemos o que nos motiva. Sonhar nada mais é do que desejar algo além do que possuímos, assim, cogitar, correr atrás de qualquer objetivo, atravessar os limites do quanto ansiar por tudo que nossas mãos ainda não seguraram parece fazer parte de ser e estar neste mundo. Então, concluindo a irracionalidade do único animal racional habitante da terra como benéfica anomalia capaz de satisfazer suas vontades cada vez maiores e mais misteriosas, temos que a multidão de sentimentos dominante denota quão normal é que assim seja.