Sai da frente, que é urgente.

Nos ir e vir da sua irmã Wilse ao hospital, chegou a notícia, bem na hora do almoço, de que agora era o final. Mais do que desesperada tia Nazaré saiu às pressas, naquela pressão em direção a Ordem Terceira, hospital nas proximidades de sua casa.

Lá chegando, já havia uma quantidade significativa de pessoas pra visitar os seus parentes e quem estava na UTI, tinha suas reservas. Só podia entrar um por vez na quantidade de duas pessoas no máximo.

Sob a lua do norte, naquela meio dia e meia, a hora do rush… trânsito pesado e gente de cabeça quente voltado pra casa pra almoçar. Lá estava aquela senhora, cabelos em algodão, pele parda, face enfesadamente preocupada com aquele vestido florido ela já irrequieta perguntou do portão entre aberto, pra um rapazinho, que era o porteiro do hospital:

- Meu filho, que horas vocês vão abrir? … Minha irmã está na UTI e eu preciso vê-la, antes dela partir.

Que o rapaz respondeu sob os olhares das muitas pessoas ali:

- Senhora falta meia hora. Dá pra esperar?

A resposta não podia ser outra, que ela propôs:

- Não dá não. A morte não espera pra levar. E eu preciso vê-la agora. Se não ponho abaixo esse portão.

O Rapaz e as pessoas ali não deram confiança a falácia de uma velha senhora. Ele nem falou nada, até porque prestava a atenção a uma enfermeira bonitinha, que descia a escada.

Nesse meio tempo tia Nazaré, não contou conversa e meteu o pé na porta de ferro entre aberta, que escapuliu da mão do rapaz. Em seguida o empurrou e foi subindo as escadarias do hospital.

O rapaz se refazendo do susto, sob a euforia de gritos do público apoiando aquela velha senhora, que subia intermitentemente tentou correr pra impedi-la, fato que foi interceptado por um médico, que ali apareceu dizendo:

- Não faça isso. Deixe-a. Ela é idosa e pode acontecer alguma coisa com ela.

O médico então gentilmente foi até a tia Nazaré e a conduziu a UTI, onde estava a sua irmã Wilse, dizendo a paciente:

- Sua irmã Nazaré deu trabalho. Queria vê-la a qualquer custo.

Wilse já um pouco restabelecida ao ver sua irmã Nazaré a abraçou carinhosamente e disse ao médico:

- Minha irmã é braba.

E o médico ainda em sua gentileza balançando a cabeça finalizou:

- Já sabemos disso.