No terremoto

No último dia 26, houve um terremoto de 5.3 na escala Richter em Portugal, e quis o acaso que eu estivesse nele. Foi azar estar no local, já que o último tremor aqui foi em 1969. Entretanto, foi sorte que não houve danos, Lisboa foi quase toda destruída por um tremor seguido por tsunami em 1755.

O sismo foi 5:11 da manhã, eu e minha esposa estávamos dormindo, quando a cama e o quarto todo começaram a tremer. Ela perguntou o que era que estava havendo, eu disse que era um terremoto. O tremor durou pouco tempo, imagino que menos de um minuto. Logo que parou de tremer, ela perguntou se eu estava preocupado, me disse que ia dar tudo certo, virou para o lado e dormiu, sorte dela ter tomado um remédio que deu sono. Eu fiquei aguardando se algo acontecia. Não vieram sirenes ou algum tipo de aviso. Também não voltaram os tremores, ao menos que eu percebesse. Uma meia hora depois, consegui voltar a dormir.

No dia seguinte, soubemos que houve réplicas e que não há sirenes em tremores de menos de 6.0 graus, porque entendem que pode gerar pânico e não costuma haver danos abaixo disso. Também não houve alerta de tsunami e em lugar nenhum houve danos físicos.

É estranho, foi um momento tão pequeno, que não há muito mais a dizer. Fico imaginando, a coisa foi tão rápida, que acho que se fosse maior, não teria havido tempo para qualquer reação. Uma amiga que tem uma colega de quarto em um país onde sempre há tremores foi acordada por ela e ficou até de manhã numa praça, para o acaso de novos tremores, e enquanto isso, nós dormíamos. Às vezes, a ignorância do que se deve fazer é melhor do que o certo.  :)

Às vezes, a tecnologia faz crer que o homem pode controlar a natureza. E aí, ela dá de ombros e nos coloca em pé de igualdade com formigas e outros seres que habitam nosso planeta. Foi como me senti no terremoto, absolutamente incapaz de sequer reagir frente a tanto poder.