INVISÍVEL, POBRE CIDADE

Francisco de Paula Melo Aguiar

O que é invisível?

O que não é visível.

Só se vê o que se quer ver.

Cego não é quem perde à luz dos olhos.

Cego é quem vê tudo e faz de conta que não ver, por exemplo, uma rua eixo (Rua Eurico Dutra, esquina com a Rua São José, no Bairro Popular) que liga um bairro ao resto da cidade, com o calçamento a paralelepípedo arrancado, tapado com barro, porque a vizinhança tapou, e a edilidade faz de conta que não vê.

Qual o segredo que faz a prefeitura de Santa Rita não vê aquele pedaço de calçamento destruído?

Ah! Isto é muito simples responder, mesmo sem ter lido o livro "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), que afirma " ... só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".

Como assim? O coração não tem olhos, continua cego, por isto é invisível aos olhos...

O essencial é o calçamento antes citado que não se sabe por qual carga d'água via ideologia barata de tempo de eleição ou não, faz aquela situação real se tornar invisível aos olhos da municipalidade.

É bom que a população da cidade que por ali transita diariamente, indo e vindo para cumprir suas obrigações cotidianas, por analogia a obra atemporal ao texto de "O Pequeno Príncipe", lembre-se que "O essencial é invisível aos olhos", assim como repete o principezinho de cabelo de ouro para não esquecer aquela situação surreal que alimenta a malha rodoviária e de pedestres na invisíbilidade do tempo que lentamente passa.

Então é fato que o essencial é mesmo invisível, porque só se vê bem o que se quer ver.

Ah! Então é isto mesmo, só se vê bem com o coração, e a municipalidade não tem olhos, só tem coração.

Esta é a verdade nua e crua no caso da rua aqui tratado à luz da escuridão que tudo vê e nada ver, porque o coração não tem olhos e se tem só vê o quer ver, e tem outros exemplos de descuidos com a população e a cidade que nos é comum, o lamaçal de acesso ao terminal rodoviário municipal e do rio de água, lama, lixo e esgoto sanitário escorrendo a ceu aberto quando chove no encontro das ruas Siqueira Campos e Flavio Ribeiro Coutinho, no centro da cidade, outra invisibilidade.

Então para não esquecer, "O Pequeno Príncipe" por analogia ao caso aqui lembrado, porque "Os homens esqueceram essa verdade", segundo disse a raposa, "Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...", teu país, tua pátria, teu estado, tua cidade, teu bairro, tua comunidade, tua rua...

Enfim, o autor de "O Pequeno Príncipe" afirma e reafirma que "Eu sou responsável pela minha rosa...", várias vezes para não esquecer jamais da rosa, que para nós outros é a nossa cidade invisível, rica, porém, pobre Santa Rita.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 27/08/2024
Reeditado em 27/08/2024
Código do texto: T8137870
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