A PRIMA
Carrega bons pares de anos na alma. A trilha escolhida envereda pelos mistérios do querer, sentir, ser e sonhar. Por suas veias não trafegam pegadas de bichos mortos. De rara sensibilidade, tem na arte um poderoso trampolim pra voar. É paciente escutadeira e assim aglutina razoável séquito de faladores. As caras-metades pousaram e partiram, poucas deixaram cheiros no seu chão. Precisa ainda suar no trabalho pra suprir o pão e teto. Assim vem sendo os seus dias, alguns coloridos, outros nublados, outros hostis. Com horizontes repletos de arestas a domar, degusta o chá da maturidade com louvável maestria. À essa mulher de repertório singular, forjada e lutadora, agradeço pelo privilégio de alforriar lágrimas entaladas e dos nossos caminhos se olharem, se tocarem, se ampararem e se abençoarem.