DIANAS

 

Não é sobre ser BREGA, ou não. É sobre o que te faz feliz, o que te fez feliz. Se é BREGA, ou CHIQUE, o que importa? Eu fui feliz (não sabia, mas era). Vivi a minha adolescência curtindo música ROEDEIRA, a rotulada música brega. Pagando pra dançar, sem saber dançar, sem saber se a garota com a qual eu ia dançar, queria dançar comigo (mas pela cultura local, era obrigatório)... Enfim, queria era ter a chance de abraçar a minha preferida, pelo menos por um minuto, ou os três, quatro, que era o tempo da música. Ou até chegar o tempo que outro apaixonado por ela chegava e a tomava de meus braços (também era obrigatório, ceder a dama para o outro cavalheiro). E eu teria que esperar até a próxima dança. Mas vivi. E vivi isso, ao som da música classificada de BREGA. Estou falando isso, para dizer que hoje, ao saber da morte de Ana Maria Siqueira Iorio (DIANA. Para os fãs e o meio artístico), lembrei que na minha adolescência, quando ainda “queimava a esperança” de ser igual a Raul Seixas (compositor da música), ficava até alta madrugada, deitado na laje do meu CALDEIRÃO DAS CABRAS, lá no meu Urubu, na minha ITIÚBA nas noites de lua, junto com a prima Zefa da Diana (filha da minha grande amiga Diana), ouvindo Diana, Odair José e tantos outros famosos, sonhando em ser famoso e viver cercado de garotas. Mas tudo que consegui foi uma filha linda, de nome Diana e uma neta. Não menos linda. Diana minha amiga, que DEUS te conceda o melhor lugar aí no Céu. Zefa da Diana, DEUS te dê muitos anos de vida. Diana cantora, DEUS te dê a glória que tiveste aqui na terra. Diana minha filha, DEUS te abençoe e te dê tudo que desejares, pois me deste algo que eu tanto desejei: a minha neta Heloísa Cordeiro.

 

S. Paulo, 22/08/2024

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