Luar do Sertão.
Já morei no sertão...
Eu era menino e não entendia de emoção.
Só sabia que era algo apertado dentro do coração.
Algo que começava de madrugada sob uma tábua de sentar na carroça. Depois da visita à nossa cidade Iá vínhamos nós, no desfalcar da tarde e na recepção de um luar do meu glorioso sertão.
Aí no radinho de pilha Tonico & Tinoco entoava esse hino que homenageia o luar do sertão.
Aí, sim, eu voltava a sentir aquele aperto no coração.
Era uma coisa grande que não se via. Estava ali, no peito, de um jeito tão infinito. Que, no meu peito, em silêncio, eu parecia querer dar meu grito.
Oh, luar do meu sertão! Você já era decantado em versos na minha escola Paroquial.
Maria Silvia e seu teatro me agasalhou nos seus braços. Naquele coro de vozes pueris lá estava eu gravando (na memória) essa canção...
Ouço , agora, depois de várias décadas. Ela voltou a apertar meu peito. Daquele mesmo jeito. Com vontade de gritar. Dizer bem alto sobre meu sentimento.
Afinal, a música é algo tão nobre que deixa marcas em nosso tempo!