Trocas

Contato é troca. Beijo, abraço, sexo são trocas. Olhares, toques, sentimentos, sensações.

Trocas. Era o que deveria acontecer. Duas energias distintas, cada qual com sua intensidade, mas sem intencionalidades. Uma dança leve de trocas livres, sem sugar ou sufocar, depois de um beijo bem dado, um sexo bem feito ou de um abraço apertado, o sentimento deve ser de alívio, paz, de quero mais.

Troca não tem nada a ver com esforço extremo, em doar-se totalmente ao outro, é preciso doação consentida entre a serenidade do que se quer e não na obrigação do que é imposto.

Obrigação não é troca.

Há quem entre pela porta da frente, dizendo sem filtro algum, que veio para trocar. Roubo, não é troca, sugam toda a sua energia como vampiros, te deixam fraco, frio, desconfiado. E tem que desconfiar mesmo, quem vem pra trocar não diz, simplesmente faz e faz do jeito certo.

Trocar sem trocadilhos, joguinhos, jeitinhos exige maturidade. Existem muitos colecionadores de alma alheia, guardam rostos, corpos, posições sociais em frascos de ego, de maldade.

Alimentam-se do desespero, da fragilidade e da inocência. Fingem muito bem trocar e no fim das contas só querem pegar tudo que você tem de melhor.

Troca precisa ser feita somente com aqueles que levarão algo de você, mas também deixarão algo de si.

João Mendes Murça
Enviado por João Mendes Murça em 25/08/2024
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