O céu não pode ser o limite

Voar não é como morrer, você volta.

Ah, como eu queria voar além do (in)finito! Bater as asas como uma passarinha no cio. Voar como Ícaro, filho de Dédalo um dos homens mais criativos e habilidosos de Atenas. Mas eu tenho medo de altura, meus braços me prendem ao chão. Como não posso voar, quero que os meus pensamentos voem rente ao sol. Não tenho asas de cera!

Só me resta o silêncio das horas "o pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar"? Só queria saber e não preciso entender. O João-de-barro não lê nem escreve, mas entende tudo sobre a natureza. Faça como ele: construa sua casa com a porta virada para o norte contra o vento e a chuva para proteger sua família.

O voo dos gansos é assustador. Eles voam em "V" rasgam os espaços do morte ao sul. Eles ficam ligados o tempo todo. É como dizer "Vamos!". Vamos embora! Eles se revessam na liderança para que nenhum seja mais sobrecarregado do que o outro. Eles trabalham juntos e nós, os mortais, aplaudimos!

Adoro as araras, não sei nada cientificamente. O que sei sobre elas são observações empíricas da minha vivência visual. Percebo que andam em número ímpar, embora sejam monogâmicos, esse é um problema que acomete a reprodução da ararinha-azul que está em extinção. Como são poucas no mundo o acasalamento ficou quase que impossível. Pelo que eu sei, não há mais nenhum exemplar na natureza. Mesmo não sendo de Juazeiro da Bahia, estou entristecido por elas terem desaparecido de suas verdes matas. Um pecado irreparável!

Por volta do ano 3000 antes de Cristo, os pombos-correios eram adestrados para troca de mensagens usando o senso único de orientação que fica no bico dessas aves. As mensagens eram amarradas nas suas patas. Quando soltos voavam de volta para os seus ninhos. Eram treinados. Inicialmente percorriam pequenas distâncias. Com o tempo, esses percursos foram aumentando chegando a mais de 600 quilômetros de distância.

Falar sobre essas aves me faz acreditar que para voar não precisa ter asas, basta deixar que o coração bata mais forte.

... E viva a natureza!!!

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 25/08/2024
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