OS BEATLES (E OUTROS GÊNIOS) VERSUS I.A. (INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL)
ARTe
ARTificial
ARTífice
Pois bem, “arte” e “artificial”!
“Arte” e “artificial”, no que se iniciam iguais em suas três primeiras letras
Mas, teriam alguma coisa em comum ou nada teriam, então?
A “arte”, a precisar do “artífice”, no que é óbvio
Sim, de seu “obreiro” a executar a sua “arte”
E, principalmente, em “criar a sua arte”
É verdade, o ato de “criar” é o que faz a diferença
E também o que define a “arte em su’essência”
A “arte” mora no “artista” e o “artista” mora em sua “arte”
Ao que o “artista” precisa estar dentro de sua arte
Pois, se não estiver ”presente” [no “feito do que veio”], o que foi feito não é dele
Já que não “é” ele
Repetindo:
O verdadeiro ”artista” está “presente” em sua “arte”
E se não “cria” (ou não se cria), não pode ser “artista”
Artificial obra, portanto, a que surgiu
Ou, n’outras palavras, disfarce, truque
Ou mesmo ... simples “artimanha”
Pelo qu’engana a partir de sua “mentirosa arte” (já que não é dele)
Uma “fraude”, no que se conclui
E então
Que tal brincarmos um pouco com a nossa imaginação?
Será uma viagem legal, eu prometo
Sim, não será chata, não
Vamos lá, então?
She Loves You
Hey Jude
Here Comes The Sun
Day Tripper
Come Together
I Want To Hold Your Hand
Help
Let It Be
Michelle
Oh Darling
Ticket To Ride
Dont’t Let Me Down
And I Love Her
All You Need Is Love
The Long And Winding Road
E muitas outras ...
John Lennon
Paul McCartney
George Harrison
Ringo Star
Ou “simplesmente” ... The Beatles
A maior banda musical de todos os tempos
O lendário “Quarteto de Liverpool”
E então
Inesquecível tempo, não?
Simplesmente fantástico
A incrível “Beatlemania” a que surgiu e a perdurar até ... os dias d’hoje
E sei lá até quando
Pois é, os tempos mudam ... ou não!?
O que permanece e o que vai embora?
Mas a verdade é que vivemos novos tempos
Novas ideias
Novos pensamentos
Novos conceitos
Novas “criações” (ou não ... tanto)
Tempos diferentes
Algumas coisas boas (melhores)
Outras ... um pouco mais duvidosas
E o planeta gira
E nunca é o mesmo
E vede que vivemos (e já faz tempo) uma nova era
Não, é claro, a surreal “New Age” dos anos 70
Mas, uma “nova realidade” a que surgiu
Estou falando da I.A. (Inteligência Artificial)
E será aonde eu quero chegar, ao que precisaremos de algo muito natural em nosso bate
papo:
A “imaginação”
Então, muitos já tentaram desvendar qual seria o segredo daquela banda inglesa
Sim, qual seria a “magia” por eles usada pela qual surgiram fantásticas letras e
saborosas melodias
Peço um pouco de paciência ao leitor, porém precisarei ir em alguns pontos até
Chegarmos ... “nos finalmente”
“Quem sabe faz ao vivo”
Uma frase onde o apresentador Fausto Silva, o Faustão, sempre dizia em seus programas
todas as vezes que um artista (sobretudo músico) exibia o seu trabalho
E, aproveitando o início da expressão, eu diria:
“Quem sabe ‘faz’, e, portanto, ‘cria’ ... e não permite que uma ‘máquina’ faça por ele”
Estimado leitor, há um tempo atrás era comum enviar telemensagens a outros
Na verdade, até hoje se tem visto isto
E comumente era (como ainda é) feito por vários motivos:
Cumprimentar alguém em data de aniversário
Declaração de amor
Pedido de desculpas
Agradecimento
Reconciliação
Homenagear alguém
Datas comemorativas, etc
E tudo se realizava a partir de uma combinação de requisitos:
Uma voz macia e aveludada, a qual recitava a devida mensagem
Sempre havia uma música de fundo (geralmente instrumental)
Tudo conforme manda o figurino
E tudo com a intenção de tocar os sentimentos de quem recebia
A não ter participação [concreta] nenhuma de quem enviava
Ou seja: tratava-se de uma mensagem gravada e computadorizada, onde uma
máquina fazia todo o processo
E então, não é muito ... “artificial”?
E aqui aproveito para dar aminha opinião sobre isto:
Eu nunca me sensibilizei quando recebia tais mensagens
E por quê?
Simplesmente, porque eram (conforme disse) “artificiais” demais
Meu prezado, eu ficaria realmente feliz se recebesse “as palavras ditas” e,
portanto, vindas da boca de alguém, mas jamais de uma máquina
É o qu’eu quero dizer
Voltemos ao nosso principal foco
Pergunto-vos:
Se você pudesse, por quanto venderia a sua arte?
Sim, se você fosse um artista nato, por qual valor (financeiro) você venderia a sua obra ao que
daria a outra pessoa a então "autoria"?
Ah, parece brincadeira, mas não é, não
Isso mesmo:
Há boatos de que muitos cantores (conhecidos da Mídia) compraram obras de pessoas anônimas
Pelo que estes as vendiam aos “astros”
E, visto que não era sabido ao conhecimento de todos (ou quase ninguém), achávamos que eram deles
Pelo que acreditávamos que surgiram da genialidade dos "artistas renomados", digamos assim
Pois bem, não irei aqui entrar em detalhes com relação a nomes
Nem dos que compraram, nem dos que venderam
Apesar de que alguns [artistas] assumiram que assim fizeram
Na verdade, isto é feito até hoje
Caríssimo leitor, não é de minha intenção aqui colocar no “banco de réus” ninguém
Sim, não estou aqui a querer condenar nem quem compra nem quem vende a sua obra
Desde que as coisas venham a funcionar a partir de uma combinação “compra-venda”
entre ambas as partes (e tendo uma aceitação entre elas), é claro
Vivemos num universo temporal onde precisamos sobreviver (alimentar, pagar nossas contas,
a escola de nossos filhos, arcar com nossas despesas mensais, etc.)
E se um compositor e músico nato quis assim o fazer, ele tem os seus motivos
Ou mesmo porque gosta de compor unicamente pelo prazer de o fazer
Ou então, por motivo de timidez, a ter medo de encarar uma multidão em shows
E, deste modo, talvez por não querer que sua arte fique oculta, passa-a para frente
Ou por qualquer outra razão pessoal
Oh, acredito que os Beatles não partiram para esta tática:
A de comprar obras de outros, para co’elas chegarem ao seu sucesso, produzindo-as
em estúdios de gravação, no que eles completariam em seus arranjos e técnicas
E, portanto, tenho para mim que suas obras nasceram, sim, da genialidade de cada um deles
Afinal, todos eram compositores (e excelentes instrumentistas)
E é aqui o que eu pretendo mais dizer
Apesar de que eu já fui “advogado de defesa” da I.A., onde cheguei a mostrar a sua realidade
em nossa vida diária, sendo que em algumas áreas nem percebemos que a utilizamos
Isso mesmo:
Muitas tecnologias hoje funcionam a partir da I.A. (Inteligência Artificial), mesmo em
nossas casas
Bom, acredito que a I.A. é a maior “novidade” neste presente tempo
E como tudo o que é novo, está havendo uma divisão de pensamentos, onde alguns
a condenam e outros não
Pois bem, negar a I.A. em âmbitos científicos, como, por exemplo, no que ela pode ser bastante
útil na Medicina seria uma ignorância sem tamanho
Abrir mão dela em áreas tecnológicas seria um verdadeiro retrocesso
Mas, e quanto a sua aplicação ... na “Arte”, como é que as coisas ficam?
Caríssimo leitor, está sendo comum [nos noticiários] a revelação de que certos projetos
[essencialmente humanos] estão sendo realizados utilizando cem por centoda I.A.
Por estes dias, uma pessoa teve a cara de pau de dizer que o seu discurso em certo auditório foi
feito totalmente em função da I.A.
E outro assumiu que fez um documento inteiro a partir dela
Como a se dizer: copiou e colou (“Ctrl c” + “Ctrl v”: control c + control v)
Tente imaginar, meu amigo, a pessoa joga uma série de palavras (ou temas) e digita
um comando para que, numa combinação sofisticada, venha a surgir uma
dissertação, uma carta, um documento, um trabalho literário, uma estória, um romance, um poema,
um trabalho de faculdade ou de conclusão de curso (TCC), ou até mesmo um livro inteiro
Meu caro, tudo bem que é do conhecimento de todos que muitos artistas fazem uso de psicotrópicos
(naturais ou sintéticos [de laboratórios]) com o intuito de fazer nascer suas obras
Uma vez que elas “estimulam” a sua “natural aptidão”
Digo isto para que todos entendam que droga [alucinógena] nenhuma faz a criação artística
Considerando que [em nossa condição natural] utilizamos uma porcentagem muito pequena de nossa
capacidade
Ao que muitos artistas partem para tais condutas
Até os Beatles tiveram uma experiência neste campo
Agora, quando alguém criou uma obra por estes meios ele simplesmente tirou algo que já
habitava “dentro” dele
Entenderam bem aonde eu quis chegar?
Enquanto neste campo houve pelo menos a participação do artista, na I.A. ela é que faz tudo
Então, como seria a sua reação se lhe fosse revelado que “os Lusíadas” não foi Camões o seu real autor,
quando na verdade veio da I.A.?
E este foi um excelente exemplo já que “Os Lusíadas” é considerada uma obra “perfeita”
Todos as suas estrofes estão dentro de uma perfeita cadência e métrica em seus versos
E na numeração silábica, bem como nas rimas é comprovado isto
E precisou ter sido feito na “Língua Portuguesa”
Levando-se em conta de que qualquer tradução [para outra língua] irá alterar a sua construção,
ainda que não altere o seu conteúdo ou mensagem
Torno a perguntar:
Como você reagiria se soubesse que o poema épico “Os Lusíadas” surgiu da I.A.?
Eu ficaria bastante desapontado
Bom, aproveitando aqui, eu fico pensando: se na maior parte de sua vida Camões
escreveu toda a sua obra (seu poema épico, seus sonetos e prosas) tendo um olho só, o que ele, então,
teria feito se tivesse os dois!!!
Já pensou?
E então, você já imaginou se as obras de Mozart, Beethoven, Chopin, Liszt, Bach,
Vivaldi, Brahms, Erik Satie, e outros, tivessem sido feitas pela I.A.?
E aqui eu aproveito para citar também o nome do grande Fernando Pessoa
Afinal, foi ele quem escreveu em seu belíssimo poema “Navegar é Preciso” o verso
“Viver não é necessário; o que é necessário é criar”
Ah! Se estivesse aqui hoje, eu acredito que ele completaria:
“O que é necessário é criar, e jamais se substituir pela I.A.
Mas, retornemos aos Beatles
In My Life
Revolution
Across The Universe
I Need You
While My Guitar Gently Weeps
If I Fell
Lucy In The Sky With Diamonds
Blackbird
Because
Lady Madonna
I’ve Got a Feeling
Back In The USSR
From Me To You
Here, There And Everywhere
You’ve Got To Hide Your Love Away
Golden Slumbers
E muitas outras
E então
The Beatles versus I.A. (Inteligência Artificial)
Quem ganharia a luta?
Quem venceria o outro?
Tudo bem, tudo bem, tudo bem ...
Tenho certeza de que alguém irá me jogar na cara agora:
As músicas “Free as a Bird”, “Real Love” e “Now and Then” precisaram da I.A.
E será aonde eu quero entrar
Meu amigo, utilizar recursos da I.A. para completar uma obra já nascida pela criação do artista
é uma coisa, e muito já se tem [desta forma] feito
Agora, deixar com que a I.A faça todo a obra é outra coisa
Como a se dizer:
Se na obra de um artista há 80% de sua criação e 10% de I.A., neste caso “está valendo”
E foi o que aconteceu nas músicas dos Beatles anteriormente mencionadas
Ou, resumindo a questão:
A I.A não iria conseguir criar as artes (músicas) por ela sozinha
Ah! Pode ter certeza disso!
Considerando que na música “Free as a Bird” houve uma reunião em estúdio dos três (Paul McCartney,
George Harrison e Ringo Star), onde eles converteram o projeto (demo) em uma música completa,
tendo um acréscimo na participação de instrumentos e vozes no arranjo criado por eles, a partir de
mixagens
E o mesmo se deu com a música “Now And Then”
Clik nos links:
https://www.youtube.com/watch?v=APJAQoSCwuA
“Now And Then”: https://www.youtube.com/watch?v=Opxhh9Oh3rg
“Free asa Bird”: https://www.youtube.com/watch?v=ODIvONHPqpk
“Real Love: https://www.youtube.com/watch?v=ax7krBKzmVI
Pois é, meu amigo
Ainda bem que na época dos Beatles não havia a Inteligência Artificial (I.A)
Pois eu ficaria muito decepcionado se soubesse que todas suas geniais obras teriam sido
criações dela - da I.A.
É isso aí!
24 de agosto de 2024
ILUSTRAÇÕES: IMAGENS PÚBLICAS DA INTERNET