O ESPÍRITO DO VETERINÁRIO SALVOU A MEL
Ele era apaixonado pela sua cachorrinha, Mel, adorável Basset de 14 anos. Quando estava em casa, ficava sempre junto dele, como fiel companheira de todas as horas. Mel, alegria da família, estava sempre ligada na rotina de todos e só sossegava quando tinha certeza de que já estavam em casa, seguros e tranquilos. Quando um dos filhos saía à noite, rotina praticamente semanal, a Mel ficava irrequieta, andando de lá pra cá, como se faltasse algo importante na sua vida. E certamente faltava mesmo, com absoluta certeza.
Um dia a esposa e filhos foram viajar, deixando-o sozinho com a cachorrinha em casa. Ele não via a hora de voltar pra rever sua querida cachorrinha. Assim poderiam fazer o segundo passeio diário, que ambos adoravam. Naquele dia a rotina foi alterada por algo inesperado. Às 11,30 da noite, a Mel começou a passar mal, muito mal. Tremia toda, parecia que estava tendo um ataque, ou algo assim. Ele procurou o celular para achar o telefone da veterinária e nada de achar. Nessas horas tudo some da frente da gente. E a Mel piorando, piorando, parecia que estava perto do fim.
Então aconteceu. O seu dono, ou pai, incorporou o espírito de um médico veterinário. Sabia que era um cara sensível, mas incorporar o espírito era algo que nunca passou pela sua cabeça. Nunca mesmo. Era um veterinário sergipano, Dionísio Cordeiro, único na sua cidade, Itabi. Viveu nos anos 40 e atendia toda a região. Era querido por todos. Incorporado, o pai da Mel fez todos os procedimentos necessários para salvar sua cachorrinha. E a tirou das asas da morte, tão ávida para levar uma nova alma canina para seus domínios. Concluído o procedimento, o espírito de Dionísio voltou para seu lugar, lá ficando até ser chamado de novo. E a Mel voltou à vida normal, feliz da vida como sempre.
Esse texto foi escrito por mim em 31/1/2018