Além dos horizontes
Escolhi seguir a minha jornada sem olhar para a lateralidade, mesmo que a grama seja verde e abundante. O meu jardim também tem borboletas, flores, lagartas e joaninhas. E quem precisa de muita grama quando se tem espaço para outras possibilidades? O indivíduo não pode mimar suas frustrações e tampouco culpar o outro por não ter tudo. Neste contexto, não ter a consciência de nossos atos também é um problema, e dantesco. Somos responsáveis por cada ação feita, e escolher fechar os olhos para os nossos defeitos em detrimento da qualidade do outro é perfil de Narciso. Somos plurais em tudo, entretanto os valores morais e éticos são únicos, não existe meio termo, e partindo deste princípio, fica difícil sustentar o discurso sem a credibilidade da prática. De vez em nunca, é natural extrapolar a paciência e ter uma dilatação da raiva, mas nada prejudicial à saúde, principalmente do outro. Por isso, examinar a consciência é um exercício que exige determinação, e não é fácil essa autoanálise de compreensão da própria personalidade. Contudo, é preciso. Antes de dissecar a vida do outro com base no erro de paralaxe, faz-se necessário olhar para nós mesmos usando a lupa da verdade. Outro fator importante é reconhecer os traços da imperfeição, o que indica bom senso, pois os indivíduos são defeituosos e mutáveis. Face ao exposto, mudar para acompanhar a evolução do comportamento social quebra o estigma de Gabriela. Não é porque sempre foi assim que deve permanecer, a vida tem infinitas probabilidades, e se nada der certo, reinvente-se. Só não pare na estação da vida alheia enquanto a sua merece voar além dos horizontes.