MEUS ANÔNIMOS AMIGOS
Quem são essas criaturas com chancela de amigos,
quais ventos adornam a sua alma,
quais quitutes atiçam seu querer-bem?
Amigos colhidos numa caçada qualquer,
laçados de um caldeirão sem dono,
que agora me viram do avesso,
desnudam o que sou ou tento ser?
Quem são esses mambembes leitores,
desconheço suas pegadas, seu suor, sua matiz,
quem nunca apertarei a mão,
nem tropeçarei no pé ou no coração?
Mas, apesar de tudo isso, acredite,
nunca arredarão pé daqui,
nunca virarão as costas,
nunca dirão desaforo mais amargo,
nunca abandonarão meu chão de vez.